Após investigação no STF, Bolsonaro faz nova reunião ministerial
Presidente determinou a transmissão do encontro depois de a Suprema Corte decidir pela divulgação do vídeo da reunião em 22 de abril
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faz nesta terça-feira (09) a primeira reunião ministerial desde a divulgação do vídeo de encontro dele com ministros realizado no dia 22 de abril que virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao abrir a reunião Bolsonaro disse que a “grande mídia” espalhou pânico para a população no início da pandemia do coronavírus no Brasil e que esse medo agora começa a se dissipar com novas informações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“O pânico que foi pregado lá atrás pela grande mídia pode agora começar a se dissipar por essas informações da OMS sobre o não contágio dos assintomáticos”, disse o presidente, que voltou a defender a abertura mais rápida das atividades comerciais. “A transmissão por parte de assintomáticos e praticamente zero”, continuou, ressaltanto que “em termos de coronavírus” nada ainda é comprovado.
“Com toda certeza isso pode sinalizar uma abertura mais rápida do comércio e a flexibilização daquelas medidas restritivas adotadas, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal”, disse.
Bolsonaro ainda apontou que o governo pretende continuar com a nova forma de contagem de mortos pela pandemia e que isso será explicado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em audiência na Câmara, na tarde desta terça-feira.
Pazuello será ouvido pela comissão externa da Câmara dos Deputados que debate o coronavírus, atendendo a um convite para falar das mudanças na divulgação dos dados da pandemia.
“A gente deseja sorte ao Eduardo Pazuello hoje a tarde e temos a certeza de que tudo que foi falado nos últimos dias será realmente explicado. Tenho certeza que a população adotará, como precisa, essa contagem dos números sobre coronavírus. A gente torce, pede a Deus, que mais breve possível nós tenhamos um ponto final nesta questão”, disse o presidente.
Esta é a primeira reunião ministerial desde a divulgação do encontro do dia 22 de abril, que virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal.
Ao deixar o governo de Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro acusou o presidente de querer interferir na Polícia Federal (PF). Em depoimento, ele citou a reunião na qual o mandatário da República teria pedido a troca no comando da PF.