O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB) avaliou, nesta terça-feira (09), o enfrentamento do país diante da pandemia da Covid-19 durante entrevista concedida à CNN Brasil. O programa Novo Dia também teve a participação do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Questionado sobre a ajuda financeira da União para os estados e municípios — que até setembro, irá repassar R$ 60 bilhões para compensar perdas de arrecadação e gastos extras com saúde por causa da pandemia do coronavírus — Renan Filho informou que aguarda a transferência da primeira parcela do auxílio que começa a ser paga hoje.

"O auxílio financeiro ainda não chegou a Alagoas, mas a perspectiva é que ele chegue em sua primeira parcela nos próximos dias", informou o governador. E complementou: "os recursos enviados por meio do auxílio financeiro são fundamentais para repor, parcialmente, a perda que aconteceu nas finanças dos estados em virtude da pandemia", disse.

Durante a entrevista, o governador também comentou sobre o esforço dos estados brasileiros no enfrentamento à pandemia. "os estados têm feito a maior parte do enfrentamento à pandemia, abrindo o maior número de leitos, obviamente com a colaboração dos municípios e do Ministério da Saúde, mas recaí sobre o estado, sobretudo, os leitos de mais alta complexidade, leitos de UTI e também a articulação para que ao final da pandemia a gente restabeleça a normalidade em nosso país", disse.

Transparência nos dados de Covid-19

Durante entrevista concedida à CNN, foi discutida a restrição tomada pelo Ministério da Saúde que, desde a última sexta-feira (05), passou a não divulgar mais o número total de mortos e infectados pelo novos coronavírus, tirando o Brasil do mapa da pandemia. Sobre o assunto, Renan Filho comentou que a transparência na divulgação dos dados é fundamental para o enfrentamento à pandemia.

"A transparência ajuda, tanto nas medidas de contenção da doença, quanto no acompanhamento da população nas cobranças. É muito importante que a gente siga a rotina internacional. É importante que o Ministério da Saúde siga os parametros internacionais de respeito a ciência para tanto no combate ao coronavírus como também na divulgação dos dados a partir da pandemia, porque isso facilita a compreensão de todos e a comparação entre países e estados", informou.

Auxílio Emergencial

Questionado sobre o auxílio emergencial à população, o governador afirmou que é fundamental que o país intensifique os programas de transferência de renda, a exemplo do auxílio emergencial de R$ 600, para que a atividade econômica seja retomada no Brasil. Renan Filho levantou, ainda, a necessidade de se remodelar e aperfeiçoar a rede de proteção social nos próximos anos.

“É fundamental que o Estado brasileiro aprimore a rede de proteção social, se aproxime de quem mais precisa, diminua as desigualdades regionais, unifique programas e potencialize essas transferências de renda no curto prazo, de maneira que colaborem para a retomada da economia”, disse o governador.

Renan Filho considera que garantir transferência de renda aos mais pobres nesse momento significa ajudar na recuperação econômica do país.

“No médio prazo, essa despesa precisa ser estabilizada com relação à receita, mas, no curto prazo, será fundamental para ajudar as pessoas nesse momento de pandemia. O Brasil só sairá dessa crise no curto prazo se criarmos condição para o povo voltar a comprar e a demanda crescer”, disse, defendendo a manutenção do auxílio emergencial por mais meses.