Facebook pagou empresa para achar homem que ameaçava menores, diz site
Rede social confirmou que colaborou com especialistas em segurança para FBI prender Buster Hernandez
O Facebook pagou uma cifra de seis dígitos para encomendar um código de espionagem e rastrear Buster Hernandez, um morador do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, de acordo com uma reportagem do site "Motherboard". Hernandez era procurado pelo FBI por assediar e ameaçar jovens na rede social, a maioria delas menor de idade, exigindo o envio de imagens íntimas.
Hernandez, que também era conhecido como Brian Kil, fazia uso do "Tails", um sistema operacional projetado para não deixar rastros na internet. Contando com a proteção das redes de anonimato acionadas pelo "Tails", ele entrava em contato com as vítimas no Facebook e as ameaçava, alegando que já possuía imagens das jovens e que as espalharia caso não fosse atendido. A ameaça era falsa.
Em alguns casos, ele dizia que sequestraria ou até mataria a vítima. Também foram registradas ameaças de atentados contra a escola onde as adolescentes estudavam, e duas escolas chegaram interromper as atividades em dezembro de 2015 em decorrência das ameaças. Hernandez dizia às suas vítimas que a polícia não tinha capacidade para detê-lo.
Diante dessa situação, o Facebook teria decidido contratar uma empresa de segurança e pagar por uma ferramenta que explorasse uma vulnerabilidade no "Tails", segundo fontes anônimas ouvidas pelo "Motherboard". Os especialistas acabaram identificando uma brecha até então desconhecida no aplicativo responsável pela exibição de vídeos.
A falha permitiu que o FBI criasse um vídeo projetado para revelar o endereço de IP de quem o visualizasse. Com a ajuda de uma das vítimas, o FBI conseguiu enviar o arquivo ao investigado.
Essa informação teria sido determinante para a prisão de Hernandez, em 2017. Ele estava praticando os crimes desde 2012 e fez centenas de vítima, segundo as autoridades.
Após sua prisão, Hernandez se declarou culpado dos crimes de produção de pornografia infantil, coerção e aliciamento de menores e ameaças de morte e sequestro. Ele pode ser condenado à prisão perpétua.
Facebook não confirma detalhes do caso
O blog procurou o Facebook para questionar se a empresa contesta a reportagem do "Motherboard". Nenhuma informação foi desmentida e a nenhum detalhe foi confirmado, mas a rede social admitiu ter colaborado com o FBI e procurado a ajuda de especialistas para tomar medidas "excepcionais".
"O único resultado aceitável era ter Buster Hernandez sendo julgado e respondendo pelo abuso de menores. Ele estava usando métodos tão sofisticados para esconder sua identidade que tomamos medidas excepcionais de trabalhar com especialistas em segurança para ajudar o FBI a levá-lo à Justiça", disse um porta-voz da rede social.
Se confirmada, a colaboração do Facebook com o FBI, da maneira que foi relatada pelas fontes anônimas, seria única no setor.
Os responsáveis pelo desenvolvimento do "Tails" alegaram não ter conhecimento da falha que teria sido usada pelo Facebook e pelo FBI. No entanto, de acordo com a reportagem do "Motherboard", a falha já foi corrigida em uma atualização de rotina do software. Os especialistas teriam então julgado desnecessário comunicar os desenvolvedores do sistema.
O caso, no entanto, levanta questões sobre a transparência do uso desse tipo de ferramentas por autoridades. O FBI já utilizou diversos códigos e programas quebrar as proteções das tecnologias de anonimato, mas o uso dessas ferramentas não é documentado.
Em 2017, o FBI pediu o arquivamento de uma ação contra um site de pornografia infantil após a validade de uma das provas ser condicionada à revelação do funcionamento de suas "técnicas de investigação de rede" (NIT, na sigla em inglês). Na ocasião, a autoridade policial havia rastreado o site explorando uma vulnerabilidade na rede anônima Tor.
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