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Hospital investiga se profissionais dopam pacientes para dormir em plantões

Hospital afastou as coordenadoras dos setores onde as irregularidades estariam acontecendo.

Por G1 04/09/2020 14h02
Hospital investiga se profissionais dopam pacientes para dormir em plantões
Hospital Regional Justino Luz, em Picos - Foto: Antônio Rocha/TV Clube

O hospital regional Justino Luz, na cidade de Picos, a 315 km de Teresina, informou que vai instaurar sindicância para apurar denúncias de que profissionais da unidade estariam dopando pacientes para ter um tempo de descanso maior durante os plantões.

A denúncia se tornou pública após um comunicado interno do hospital, assinado no dia 31 de agosto, ser divulgado nas redes sociais. As coordenadoras dos setores onde o problema estaria acontecendo, e que escreveram o comunicado, foram afastadas. Entre outras orientações, o comunicado diz o seguinte:

“Houveram (sic) denúncias dos próprios pacientes conscientes e orientados e de outros profissionais que os pacientes estão sendo dopados durante a noite para que haja um tempo de descanso maior".

A assessoria de comunicação da unidade informou que as duas profissionais continuam no hospital como plantonistas, mas foram afastadas das funções de coordenação, por terem feito o comunicado sem informar à direção.

De acordo com a assessoria do hospital, o comunicado que circulou foi feito pelas enfermeiras coordenadoras das Unidades de Terapia Intensiva e das enfermarias para pacientes com Covid-19. Não há ainda detalhes de quantos pacientes teriam sido dopados nessa situação e nem qual o estado de saúde destes.

Houve ainda no comunicado orientação quanto à devida atenção aos setores, porque, segundo o comunicado, as câmeras estariam registrando os profissionais de enfermagem por muito tempo usando seus aparelhos celulares fora dos setores de atendimento.

Diante da situação, uma portaria do último dia 2 de setembro, assinada pela diretora do hospital, Samara Rodrigues, revogou o comunicado, informando que as “irregularidades tratadas (...)” serão “apuradas individualmente, conferindo aos envolvidos o direito à ampla defesa e ao contraditório”.

Ainda não se sabe quais profissionais teriam cometido as irregularidades e que tipo de punições podem sofrer.