Caso Jonas: todos os envolvidos foram identificados e ouvidos, afirma delegado
Mãe da vítima também fez desabafo sobre a falta que sente do filho
O desaparecimento do pedreiro Jonas Seixas da Silva, que não foi mais visto após entrar em uma viatura da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) durante uma abordagem na Grota do Cigano, completa três meses no sábado (09).
De lá para cá, poucas informações foram repassadas sobre o que poderia ter acontecido. Em entrevista ao 7Segundos, o delegado Eduardo Mero, que faz parte da comissão da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) que cuida do caso, contou que todos os envolvidos foram identificados e ouvidos. “Restam alguns laudos para podermos concluir o inquérito. Acredito que concluiremos em breve”.
A mãe de Jonas, a guia de turismo Neide Jonas, contou que, mais uma vez, questionou a polícia sobre novidades, mas não recebeu informações. “A gente fica ansiosa, escuta vozes, vê chegando. Ano Novo, eu deitei e não tomei remédio, mas no Natal eu não dormi. Mas é assim um dia está bom e outro não está”.
Ela também falou que conseguiu voltar a conviver com os netos. “Vou levando um dia por vez. Ele [Jonas] ficava muito aqui em casa, quando ia trabalhar, quando voltava. ‘Mãe faça comida que a mulher está com preguiça’. Eu levantava de madrugada para fazer comida; ele passava por aqui e levava. A gente sente muita falta”.
No sábado (09), mais um protesto será realizado no calçadão do Centro de Maceió, às 10h, para cobrar respostas.
O que se sabe?
Segundo testemunhas, no dia do desaparecimento, Jonas Seixas foi abordado entre os becos da Grota do Cigano, em seguida, militares jogaram spray de pimenta em seus olhos e ele foi colocado na viatura.
Os policiais teriam informado que o servente de pedreiro seria levado até a Central de Flagrantes I, no bairro Pinheiro. No entanto, familiares foram até o local, não o encontraram e Jonas permanece desparecido desde então. Também foi comprovado que a Polícia Militar não possuía um mandado de prisão em nome de Jonas Seixas.
O caso é investigado tanto pela PC/AL, como pela própria PM/AL. Além disso, é acompanhado pelo Ministério Público do Estado (MPE).
A Polícia Militar interrogou e investiga a conduta de oito policiais que participaram da ação. Em depoimento, eles disseram que Jonas Seixas realmente foi abordado, mas foi liberado no bairro de Jacarecica.
Já Polícia Civil designou uma comissão delegados para o caso e os trabalhos investigativos estão sendo comandados pelos delegados Eduardo Mero, Rosimeire Vieira e Bruno Emílio.