Estudo definirá implantação de escolas fechadas por movimentação de solo em bairros
Em reunião, secretários informaram a representantes da Braskem e do Ministério Público do Trabalho que estudo irá definir readequação de equipamentos
Representantes do Município de Maceió apresentaram à Braskem e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) as preocupações com a execução das ações de readequação dos equipamentos de atendimento a população pela evacuação dos bairros atingidos pela movimentação do solo causado pela extração de sal-gema. Reunião aconteceu nesta quarta-feira (13).
Na reunião, os secretários municipais de Governo, Francisco Sales; de Educação, Elder Maia e o coordenador do Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros), Ronnie Mota, demonstraram a preocupação com a instalação de novos equipamentos e com a possível sobrecarga de outros com a migração dessa parcela da população, já que muitas dessas pessoas ainda não informaram os novos endereços de forma oficial.
Segundo Francisco Sales, a cidade está buscando um planejamento a longo prazo. “Maceió tem apenas três vias que ligam a parte alta ao [bairro do] Centro e com esse desastre perdemos uma delas, que é a que corta os bairros do Mutange e Bebedouro. Além disso, temos que nos precaver para evitar a sobrecarga de equipamento pela migração dessa parcela da população”.
Já o secretário Municipal de Educação, Elder Maia, enfatizou que a falta de equipamentos como creches e escolas, suprimidos por estarem nas áreas afetadas, podem acarretar prejuízos sociais e acadêmicos a crianças e adolescentes.
“Essas crianças perderam suas escolas e com a pandemia perderam também a socialização com outras crianças, o que é fundamental para o desenvolvimento futuro. A ausência de tudo isso pode acarretar em adultos e que terão dificuldades na aprendizagem de disciplinas nas áreas de exatas pela falta de concentração e no trato com outras pessoas”, destacou Maia.
A procuradora do MPT Rosemeire Lobo reforçou que o órgão solicitou, através de acordo judicial, a construção de quatro escolas e uma creche como forma de compensação pela inutilização dos equipamentos.
“Nossos acordos buscam proteger os trabalhadores, idosos e crianças que atuavam nas regiões afetadas pela movimentação de solo. Em acordo, firmado ano passado, a Braskem depositou R$ 30 milhões para a construção desses equipamentos em conformidade com as normas mais rígidas em vigor do Brasil”, anunciou a procuradora.
Lobo explicou ainda que parte desse aporte foi aplicado nas ações de combate ao Covid-19, ainda na primeira onda, para proteger profissionais de saúde, militares do exército, que atuaram na construção no hospital de campanha usado no combate ao coronavírus, e nos idosos e trabalhadores de asilos da região.
“Desses R$ 30 Milhões, usamos R$ 5 milhões com essa finalidade, afinal de contas nos temos um problema grave, dentro de outro problema grave. Mas os cerca de R$ 25 milhões já depositados pela Braskem foram guardados para, após a mudança de gestão, serem aplicados conforme o planejamento do município”, garantiu.
A procuradora destacou ainda que a aplicação desse montante irá evitar que as crianças vivam em situação de rua e sejam submetidos ao trabalho infantil e à prostituição.
O gerente de relações institucionais da Braskem em Alagoas, Milton Pradines, que participou da reunião de forma presencial, encaminhou um calendário de reuniões com os setores do município que irão precisar de recomposição e com o MPT para discutir soluções.
Além de Pradines, outros cinco técnicos participaram da reunião de forma on-line.