Guedes topa a volta do auxílio emergencial, mas quer reformas fiscais
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, conversaram sobre ajuda a pessoas que ficaram sem renda com o fim do auxílio emergencial
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na noite de 5ª feira (4.fev.2021) que pode haver uma nova rodada de ajuda financeira para pelo menos metade do grupo beneficiado pelo auxílio emergencial, que totaliza cerca de 68 milhões de pessoas. Para isso, entretanto, disse precisar de um quadro fiscal robusto com reformas e visando a recuperação econômica.
“Se o Congresso aciona o estado de emergência ou de calamidade pública, com toda a experiência que nós tivemos, nós temos toda capacidade de reagir rapidamente à crise. É muito importante que seja dentro de um quadro de recuperação das finanças.”
A declaração foi feita depois do ministro se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que foi ao seu encontro levar a preocupação do Congresso com as pessoas que ficaram desamparadas por causa do fim do auxílio emergencial em dezembro.
“Eu sei exatamente o que é o sentimento de todos, que é uma preocupação em relação à assistência social, a um socorro que seja urgente, emergencial, para poder realmente ajudar essa camada mais vulnerável”, afirmou Pacheco. Disse também que sentiu boa vontade de Guedes, mas que tudo deve ser feito com responsabilidade fiscal.
Guedes calcula que a atuação dessa vez deve ser mais focalizada, já que cerca de metade dos beneficiários do auxílio emergencial continuarão assistidos pelo Bolsa Família.
“Em vez de 64 milhões, pode ser a metade disso, porque a outra metade já retorna para os programas sociais já existentes. E isso nós vamos entender rapidamente, porque a situação do Brasil exige essa rapidez”, disse o ministro.
Sobre o quadro robusto citado por Guedes, Pacheco afirmou que em suas prioridades no Congresso estão reformas como a tributária e a administrativa, além de PECs (propostas de emendas à Constituição) do Pacto Federativo, dos gatilhos emergenciais e dos fundos públicos.
“São propostas que constituem nesse momento um protocolo fiscal no Brasil para que tenhamos condição de estabilizar política e economicamente o país dentro de um equilíbrio fiscal que é algo almejado pelo ministério da economia, algo almejado pelo congresso nacional e nós vamos buscar priorizar essas pautas.”
A 1ª etapa do auxílio custou R$ 294 bilhões aos cofres públicos e foi destinada a 68 milhões de pessoas, de abril de 2020 a janeiro de 2021. “Se a pandemia persiste, vamos agir com a mesma precisão que antes –dentro de um marco mais robusto”, afirmou Guedes.
No início da noite de 5ª feira, o ministro da Economia recebeu primeiramente o presidente da Câmara. O presidente do Senado atrasou por causa de uma votação na Casa e chegou depois que Lira já tinha ido embora.
Tanto Lira como Pacheco disseram estar em sintonia com a equipe ministerial. “O governo está com tudo programado, já tem a receita de como combater os efeitos da pandemia […] Estamos absolutamente sintonizados com a pauta das reformas”, disse o novo presidente da Câmara.