Desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de pandemia, em 11 de março de 2020, que o ritmo de trabalho tem sido intenso para governadores e prefeitos em busca de medidas para minimizar o impacto devastador que a Covid-19 tem causado. Enquanto há relatos de políticos que foram duramente criticados por tirarem férias em meio à turbulência provocada pelo novo coronavírus, também existem casos em que o trabalho tem sido a marca registrada de algumas gestões.

Em Alagoas, por exemplo, o governador Renan Filho (MDB) não tem se ausentado da função. Através das redes sociais, o chefe do Poder Executivo estadual tem mostrado que não há espaço para férias, mesmo a pressão com o aumento do número de casos e mortes tendo exigido ao menos um descanso.

Nem aos finais de semana o governador tem dado uma pausa, seja através de ações ou no anúncio de informações, e isso pode ser um dos motivos que levaram Alagoas a não entrar em colapso no sistema público de saúde e decretar lockdown. Embora há expectativa de novo decreto que deve ser anunciado em breve com endurecimento das medidas de prevenção ao novo coronavírus.

Ao contrário do exemplo do governador de Alagoas, há casos em que políticos são duramente criticados por viajarem em férias enquanto a população de suas cidades ou estados têm agonizado com a falta de leitos de UTI para o tratamento de casos graves de Covid-19.

Em dezembro de 2020, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), foi à Miami, em férias. A viagem do governador repercutiu negativamente nas redes sociais pelo fato de sua saída ter ocorrido após restrições mais duras do combate ao coronavírus em São Paulo. Momentos depois ele pediu desculpas e retornou ao Estado.

O caso mais recente foi o do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), que em fevereiro deste ano foi ao México, também em férias, no período mais crítico da pandemia em Santa Catarina. Também através da internet, o gesto pediu desculpas e disse que recebe “com humildade as críticas”. Ele disse ter considerado que, depois do ano difícil, “precisava muito parar” e avaliou que, a esta altura, a situação estaria estável na Capital. “As circunstâncias mostraram que eu estava errado”.

A viagem do prefeito ao México não foi divulgada oficialmente. Gean foi ‘descoberto’ pela estampa na parede que aparecia atrás dele em reuniões virtuais, com o governador Carlos Moisés (PSL) e outros prefeitos. A decoração coincide com a de um hotel em Cancún, no Caribe mexicano.