Dia dos Namorados que nada! Solteiros contam a alegria de estar só e viver a independência
Maceioenses contam como está sendo a solteirice em tempos de pandemia
Neste sábado (12) é comemorado o Dia dos Namorados, quando casais se reúnem para celebrar a união, trocar mensagens de amor e presentes. É também um dos períodos com maior número de vendas no estado.
Mas existem aqueles que não estão nem aí para a data: os solteiros, que não ficam nem um pouco tristes por isso.
Luciana Martins diz que foi educada para ser uma mulher independente e que gosta da vida que tem. “Sempre priorizei a minha formação educacional e profissional”, afirmou. “Eu sou o tipo de mulher que prefere estar só que mal acompanhada. Gosto de viajar, sair, me divertir e ser solteira facilita muito a logística das minhas escolhas, afinal, não é preciso combinar com ninguém para fazer isso ou aquilo. Quando quero, vou lá e faço”.
Segundo ela, quando a data se aproxima, até bate a falta de uma companhia, mas estar com alguém que atrapalhe não vale a pena. “Vejo que os valores sociais estão invertidos e para estar com alguém pelo simples fato de falar que estou acompanhada não me serve. Busco alguém que venha para somar, que tenha valores parecidos, mas que acima de tudo me valorize como mulher, que me respeite. É o mínimo que eu quero”.
Neste Dia dos Namorados, Luciana confessou que irá passar a data com as primas, conversando, bebendo vinho e dando boas risadas; mas sem aglomeração. De acordo com ela, a ideia é valorizar a companhia em família, que além do laço de sangue, tem o laço afetivo de amizade.
Gleicy Mendes, gerente administrativa e prima de Luciana, está solteira há pelo menos 5 anos. Depois que se divorciou, foi morar com os pais, que são idosos, e disse estar bem assim, pois gosta de ter o próprio espaço.
A gerente afirmou não se sentir sozinha quando chega o Dia dos Namorados, pois a data é sinal de que as festas juninas se aproximam. “É a festa que mais gosto”, confessou. “Por causa da pandemia, não está tendo festa, mas sem pandemia as festas juninas do Nordeste são boas demais”.
Há aqueles que, além de paz, pensam no bolso. O alagoano Rhaonny Newton não tem preferência entre estar solteiro ou namorando, mas reconhece as vantagens da vida sozinho.
“Você faz seu tempo, sai quando quer. Também é mais barato, ser solteiro, né? Porque não fica saindo para comer, ou pedindo comida, essas coisas”, declarou.
“Em relação ao dia dos namorados, para mim é diferente, porque é uma coisa muito comercial”, disse. “Eu não sou tão ligado nesse tipo de coisa; nessa questão da comercialização dos feriados”.
Mercado
Em alguns locais do mundo, o dia dos namorados é comemorado no dia 14 de fevereiro: o chamado Valentine’s Day. No entanto, para os brasileiros, a data acontece um pouco mais tarde. Isso tem um motivo.
A data é comemorada no dia 12 de junho desde de 1948 devido a uma estratégia comercial do publicitário João Doria, pai do governador de São Paulo, João Doria Jr, e dono da agência Standart Propaganda.
Ele foi contratado pela loja Exposição Clipper para tentar alavancar as vendas em junho. O dia foi escolhido justamente por ser véspera da celebração de Santo Antônio, conhecido como o santo casamenteiro.
Não é a toa que o número de vendas cresce tanto no período. De acordo com o levantamento da Federação de Comércio do Estado de Alagoas (Fecomercio AL), 39% dos consumidores de Maceió pretendem presentear o companheiro/a neste Dia dos Namorados.
O número é menor do que em 2019, última vez que o levantamento foi realizado por conta da pandemia, porém, a quantidade de pessoas pode movimentar mais de 32 milhões na economia da capital.
Pandemia
Desde março do ano passado, as medidas preventivas contra a propagação da covid-19 foram acionadas, complicando ainda mais a vida de solteiros, que ficaram sem bares, baladas, restaurantes; lugares para encontrar novas pessoas.
Ainda assim, existem formas de burlar as dificuldades, de certa forma. “As redes sociais estão aí, não é?”, disse Rhaonny. “Às vezes, é bom usar as redes para conhecer alguém. Não precisa ser necessariamente para se encontrar”.
Quanto aos relacionamentos na pandemia, Luciana não teve muita sorte. “As paqueras desapareceram porque o toque neste período é um risco”, contou. “Não tenho perfil para conhecer ninguém por aplicativo, porque os homens acham que todas as mulheres que estão por lá topam tudo e isso me ofende profundamente. Então, quem mais se ferrou neste período fui eu”.
“Eu ainda gosto de olho no olho, do bom papo para que a paquera possa fluir. A solidão vai existir se a gente direcionar a nossa energia para isso”, confessou Luciana. “Naqueles dias mais sensíveis, a gente busca a companhia de uma amiga, de uma prima, diz que está deprê e sai para tomar um café, comer uma pizza e no outro dia tudo se resolve”.
Já Gleicy, não teve problemas. “Sou solteira por escolha e isso não quer dizer que não possa ficar com um cara legal que apareça”.
*Com supervisão da Editoria