Um projeto de lei do deputado estadual Antonio Albuquerque (PTB) prevê a proibição do uso de novas formas de flexão de gênero, popularmente conhecidas como “linguagem neutra”, nas instituições de ensino públicas ou privadas de Alagoas, além de bancas examinadoras de seleções e concursos públicos.

Levantamento do jornal O Globo, divulgado nesta quinta-feira (22), mostra que, desde o novembro do ano passado, das 27 assembleias legislativas já foram apresentadas propostas que impedem o uso desse recurso em escolas de 14 estados. Em Santa Catarina, a ideia já virou até decreto.

Em Pernambuco, os legisladores querem instituir multa de R$ 5 mil por aluno às escolas privadas que usarem ou ensinarem a linguagem. Na justificativa, citam Olavo de Carvalho, guru ideológico de Bolsonaro. Em outros estados e municípios, os parlamentares também se repetem.

Caso o projeto seja aprovado em Alagoas, estarão proibidas expressões como "todes" e "amigxs". A linguagem neutra — também chamada de “pronome neutro”, “linguagem não binária” ou “neolinguagem” — é a adaptação da língua portuguesa para que as pessoas não binárias (quem não se identifica nem com o gênero masculino nem com o feminino) se sintam representadas.

“Nós estamos vivendo ao longo dos últimos anos uma constante agressão praticada por diversos segmentos radicais contra a família, contra os princípios cristãos, contra a base de uma sociedade civil organizada e feliz, que é a família. Essa tal dessa linguagem neutra, que abole o sexo feminino e masculino, é um flagrante desrespeito aos mandamentos de Deus”, defendeu o parlamentar.