Privatização dos correios pode fechar todas as agências em Alagoas, afirma Sindicato
Câmara dos Deputados aprovou Projeto de Lei que garante a privatização de aparato
O Projeto de Lei (PL) que abre caminhos para a privatização dos correios recebeu 286 votos a favor, 173 contra e duas abstenções. Com a aprovação pela Câmara dos Deputados, o texto só precisa receber a validação por parte do Senado Federal para a privatização do aparato estatal ser confirmada.
Em virtude desse fato, o Sindicato dos Trabalhadores ECT Correios e Telégrafos de Alagoas (Sintec - AL) se posicionou de forma contrária a aprovação desse projeto pela Câmara, alegando se tratar de um Projeto de Lei falacioso.
O representante da categoria, Alisson Guerreiro, conversou com o 7Segundos e chamou a atenção para a problemática envolvendo o assunto.
“Nós somos totalmente contra a privatização dos Correios. Isso pelo simples motivo de que o debate que foi feito, de forma atabalhoada, onde a verdade dos fatos não foi colocada para a população. Estamos juntando os cacos, pois a votação passa agora para o Senado. O debate que deve ser feito é que a privatização dos Correios acabará com todas as agências de Alagoas”, disse.
Na visão de Alisson, caso o Senado aprove o PL, isso significaria o fechamento de todas as agências existentes no estado de Alagoas. “Estamos juntando os cacos, pois a votação passa agora para o Senado. O debate que deve ser feito é que a privatização dos Correios acabará com todas as agências de Alagoas. Vale lembrar que a iniciativa privada só investe onde dá lucro e para se ter uma ideia, apenas dois municípios dão lucro e os demais são deficitários”, explicou.
Contudo, o representante da categoria afirmou que o problema do fechamento das agências não será um problema somente de Alagoas, mas sim do Brasil inteiro. "Isso ocorre no Brasil todo, mas os Correios trabalham o que chamamos de subsídio cruzado, onde os Estados mais lucrativos conseguem cobrir os demais. Com essa prática os Correios tiveram um lucro líquido de 1,5bi em 2020”, argumentou.
Agora, a decisão final sobre a privatização dos correios esta nas mãos do Senado. Caso seja aprovada, a decisão entra em conformidade com a agenda governamental proposta pelo presidente da república Jair Bolsonaro (sem partido). Contudo, caso haja alguma modificação na redação da proposta, o PL retornará a Câmara dos Deputados para uma nova votação.