O Hemocentro de Alagoas (Hemoal) enfrenta uma baixa crítica em doações de sangue, especialmente de tipagem negativa. O estoque diminuiu muito durante a pandemia do coronavírus e isso acabou afetando inúmeros pacientes ao redor do estado.

As unidades de Hemoal espalhadas pela capital enfrentam uma crise que acabou se tornando maior do que o esperado com a chegada do Covid-19, já que o vírus impossibilita pessoas que foram contaminadas a doarem sangue por 30 dias após a cura e pessoas que tiveram contato com o vírus esperem no mínimo 15 dias.

Também existe um tempo mínimo para realizar doações após a vacinação que varia de acordo com os fabricantes. A CoronaVac, por exemplo, exige um curto período de espera que são 48 horas após a vacinação. Já as demais vacinas, como Pfizer e Astrazeneca, exigem um total de 7 dias após a aplicação da vacina para poder doar sangue novamente.

Por conta da baixa no estoque, o Hemoal está convocando doadores assíduos para se dirigirem aos centros de doações para tentar aumentar o estoque. Lawrence Martin, 32, é um doador antigo, que possuí tipagem sanguínea B-, e foi chamado para o centro mais próximo de sua residência para realizar a doação.

Martin doa sangue desde 2015 e, quando convocado, teve preferência no atendimento por já possuir seus dados no banco do centro e possuir uma das tipagens sanguíneas que mais apresentam baixa. Apesar de ter sido “convocado”, o doador vai de livre e espontânea vontade já que doação é um ato voluntário.

Lawrence diz que, mesmo tendo que trabalhar, ele pediu uma folga para se dirigir ao centro já que “fazer doação é algo muito importante e doar sangue é doar vida!”. Apesar de ter comparecido, Martin não pôde doar já que tinha sido vacinado com a Atrazeneca em menos de 7 dias.

A assistente social, Natasha Souza, explica que a realidade de hoje é um número muito abaixo do normal e complementa dizendo que os centros “sempre precisam de sangue, independentemente de sua tipagem, já que o objetivo do Hemoal é fazer com que os estoques se mantenham seguros para que possam atender as demandas de transfusão de toda Alagoas”.

Souza também recomenda que a população doe sangue antes de se vacinarem ou durante o intervalo entre a primeira e a segunda dose.