Na primeira semanada de mudança do fluxo, HGE redireciona mais de 300 pessoas para as UPAs
Mudança do fluxo de entrada da Área Azul está em vigor desde o último dia 25 de novembro
Na primeira semana de mudança do fluxo de entrada da Área Azul do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, a porta de entrada da urgência pontuou 363 pessoas redirecionadas para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Destas, 286 procuraram a unidade hospitalar no plantão diurno (7 às 19h) e 77 no período noturno (19 às 7h).
O total de pessoas que passaram pela Classificação de Risco do HGE nos últimos sete dias foi de 1.341, uma média de 190 por dia. Para se ter ideia desses números, a Área Azul recebia, antes das alterações do fluxo, em média, 350 pacientes diariamente e quase 10 mil mensalmente. Isso porque, ela é a área de maior fluxo do HGE, com o acolhimento de todos os tipos de patologias, a maioria delas referentes a causas clínicas.
Em visita à unidade hospitalar no início da noite desta quinta-feira (2), o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, ressaltou que a mudança do fluxo de entrada da Área Azul do HGE comprova a revolução que vem sendo feita na saúde pública de Alagoas. Isso porque, segundo o gestor, primeiro foi organizada a Rede de Urgência em Maceió, com a abertura de seis novas UPAs, possibilitando que a população possa receber atendimento de urgência sem necessitar buscar o HGE.
“Trabalhamos duro para melhorar o atendimento do HGE aqui na capital. Com a abertura de seis UPAs, localizadas nos bairros Benedito Bentes, Trapiche, Cidade Universitária, Tabuleiro do Martins, Jacintinho e Jaraguá, possibilitamos que a população busque atendimento de urgência na região onde reside, indo para o HGE somente em casos de emergência. Com esse direcionamento para as UPAs, contribuímos para desafogar o maior hospital público do Estado, como já vem acontecendo há uma semana”, ressaltou Ayres, ao reforçar que Maceió vai ganhar mais uma UPA em breve, no bairro Chã da Jaqueira.
Para o gerente do HGE, médico Paulo Teixeira, os números computados pelo HGE nesta primeira semana após a mudança do fluxo de entrada da Área Azul, revelam que algo de impacto vem acontecendo. “Nos últimos dias, totalizamos menos de 200 atendimentos no hospital, incluindo todas as áreas. A nossa média era de, aproximadamente, 450 por dia. Estamos no caminho certo para organizar a Rede de Urgência Estadual”, destacou o médico Paulo Teixeira, gerente do HGE.
Constatação – A secretária Marcele dos Santos, de 35 anos, veio ao HGE alegando sentir dores e disse estar com pedras na vesícula. Foi orientada sobre a assistência ao caso dela. A necessidade de acompanhamento via Unidade Básica de Saúde (UBS) e cirurgia eletiva, dependendo da situação, via Sistema Regulador. “Já passei numa UPA onde até me medicaram, fiquei com receio de agravar. As enfermeiras me explicaram como proceder direitinho”, contou.
O paciente que procura o HGE, não sendo emergência, passa, primeiramente, pela Classificação de Risco, antes do Registro. A intenção é fazer a triagem do paciente, conforme a queixa, e direcioná-lo para a unidade de saúde específica para o caso.
Já no caso de Nelson Claudino da Silva, de 68 anos, havia perfil para ficar internado no HGE, uma vez que seu quadro clínico precisava ser estabilizado e ele necessitava de acompanhamento multidisciplinar. Isso porque, ele é acamado, sequelado em razão de ter sofrido o segundo Acidente Vascular Cerebral (AVCs), tem uma das pernas amputadas em decorrência da diabetes e suas costas estão com úlceras por pressão.
Rede de Urgência – Janiery Batista, enfermeira responsável pela Área Azul, explicou que nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) devem ser atendidos aqueles pacientes que apresentem febre baixa, vômitos, diarreia e dores leves; além daqueles que necessitam retirar pontos cirúrgicos e fazer a troca de receitas.
As UPAs recebem pessoas com hemorragias, que necessitam de suturas e precisam fazer a extração de unhas ou que estejam com fraturas fechadas, uma vez que há ortopedistas de plantão todos os dias da semana, das 7h às 19h. Também devem ser assistidos nas UPAs, os pacientes com sintomas de infarto e de AVC, bem como, aqueles que estejam com pressão alta ou que necessitam trocar sondas nasoenterais. Já os Ambulatórios 24 Horas, atendem pacientes que apresentam vômitos e febres persistentes, dores moderadas ou necessitam fazer a troca de sondas vesicais de demora.
O HGE deve ser procurado em casos de choque, fraturas expostas, traumas, dor torácica, perfuração por arma de fogo ou arma branca, alteração súbita de consciência, obstrução das vias aéreas, convulsões, dor intensa, grande e médio queimado, entre outros casos graves.