Cenário na orla lagunar começa a mudar com a conclusão da primeira etapa do projeto
Região recebe limpeza, reforma de calçada e ciclovia, além de obras de paisagismo e iluminação
Uma mudança de cenário começou a acontecer na orla lagunar de Maceió. A região, antes esquecida, passa por uma transformação. É o início de um processo de apropriação do espaço pelos moradores, com ações de limpeza, obras de paisagismo, reformas na calçada e ciclovia, iluminação, ordenamento de barracas e outras melhorias.
Os trabalhos fazem parte do projeto “Eu Amo a Lagoa” e foram iniciados na semana passada nos primeiros 500 metros da orla, que tem aproximadamente 5 quilômetros de extensão e foi dividida em dez partes. Uma força-tarefa da Prefeitura de Maceió realiza o serviço, com a integração de várias secretarias.
A área inicial fica entre a Escola Estadual Tarcísio de Jesus e o primeiro retorno da Avenida Senador Rui Palmeira. Por lá, as mudanças são visíveis.
E quem caminha pelo canteiro central da orla lagunar já percebe um visual diferente. Em vez de barro no chão, a Prefeitura espalhou pó de brita, uma espécie de areia branquinha, que dá a sensação de limpeza e mais luminosidade.
As árvores foram podadas e, ao redor delas, foi colocada uma compostagem feita, entre outros materiais, de casca de sururu, para aproveitar os rejeitos que antes eram empilhados à margem da avenida.
Quem aprovou a iniciativa foi a vendedora de lanches Marilene Gomes da Silva. Ela é comerciante no local há seis anos e disse que a mudança tornou seu local de trabalho mais agradável. “Achei mais organizado, mais bonito. Aqui sempre juntava muita sujeira, os garis varrem todo dia, mas sempre ficava uma sujeirinha e com a areia ficou mais agradável”, comemora.
Outra reivindicação da comerciante que também será atendida é a iluminação do local. A Superintendência de Iluminação (Sima) vai instalar luzes cênicas na cor verde, voltadas para as árvores. E, nos troncos, serão colocados balanços para as crianças.
Do lado oposto ao canteiro, no calçadão, já foram recapeados 300 metros de ciclovia e também serão recuperados 100 metros de meio-fio, além de todas as áreas da calçada onde há buracos. A Superintendência de Transporte e Trânsito (SMTT) pintou seis faixas de pedestre na avenida e fará toda a sinalização horizontal.
No estacionamento logo no início da avenida, onde ficam os caminhões de frete, será feita uma intervenção para ampliar a baia e, em seguida, a sinalização horizontal com a pintura das vagas vai organizar os veículos, permitindo que até 20 parem de forma correta. Hoje, os caminhões sobem na calçada para estacionar ou param de forma a ocupar várias vagas.
Além disso, a Prefeitura estuda a instalação de um banheiro para esses profissionais, uma demanda antiga de quem trabalha por ali. “Hoje, a gente usa um espaço improvisado no bar, mas nem água tem. Já tentamos falar com a BRK, mas nada foi feito. Toda essa mudança é muito boa pra gente”, ressalta Márcio André, caminhoneiro, que há 16 anos trabalha na região.
Conscientização dos moradores
Antes de as obras serem iniciadas, um trabalho de formiguinha precisou ser feito pelo gerente Municipal da Orla Lagunar, Carlos Fragoso. Ele é um dos gestores do grupo de Gerências Municipais, coordenado pela Secretaria Executiva do Gabinete do Prefeito, que tem por objetivo identificar e corrigir carências em todas as áreas da cidade.
Fragoso explica que atuou na conscientização dos moradores sobre a importância do trabalho que seria iniciado pela Prefeitura e como cada um poderia ajudar a manter o espaço limpo, organizado, se apropriando e cuidando do que é deles.
“Fui de porta em porta e conversei com os moradores para explicar o que seria feito. Hoje, eles estão vendo acontecer e estão sendo nossos parceiros. Eles começam a acreditar que a Prefeitura vai trabalhar por eles. Pedi para não colocar carroças nas calçadas, não espalhar lixo e estamos vendo o retorno”, afirma.
Barracas de sururu que ocupavam o passeio, carroças, material de ferro velho, carros abandonados no canteiro e animais soltos, Tudo isso teve que dar espaço para a ação do Município, e não vai poder voltar aos lugares que ocupavam antes.
Alguns proprietários fizeram a retirada em acordo com a gerência, mas, em outros casos, a Secretaria de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs) precisou notificar os responsáveis, dando prazo de dois a três dias, a depender do material.
Lixo dará lugar a área de lazer
Foram retiradas grandes quantidades de lixo de todo tipo pela Superintendência de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) que, somadas, já contabilizam 20 caçambas ou 260 toneladas de resíduos.
Uma pocilga à beira da lagoa foi destruída e os porcos apreendidos, pois não é permitida a criação de suínos em zona urbana. E a mesma área vai receber um gramado e canteiros divididos por bambu nas laterais, além de casca de sururu no chão, para aproveitar o material descartado.
“A ideia aqui é devolver essa área para a sociedade, trabalhando o paisagismo. Vamos colocar grama, uma quadra de beach tênis para o pessoal brincar e passagens de acesso à lagoa, além de um espaço para fotos, que valorize a bela paisagem”, detalhou Robert Wagner, assessor especial da Sudes.
Após a conclusão, o gerente da Orla Lagunar, Carlos Fragoso, reforça que a Prefeitura vai permanecer na região, com ações permanentes de limpeza e manutenção dos equipamentos públicos e conscientização dos moradores para que usem e cuidem do espaço.