A participação da cantora e atriz Linn da Quebrada no Big Brother Brasil é o começo de uma transformação na televisão brasileira que marginalizava as pessoas trans. No programa, ela quebra preconceitos e traz o discurso de respeito e justiça social para esta parcela da população. Mas infelizmente, elas ainda são alvos de violência no país.

A edição mais recente do relatório Dossiê de Assassinatos e Violência contra Travestis e Transexuais brasileiras em 2021 será entregue nesta sexta-feira (28) para Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), em Brasília. O dia seguinte, 29 de janeiro, é Dia Nacional da Visibilidade Trans.

O relatório aponta que, em 2021, 140 pessoas trans foram assassinadas no país, sendo 135 travestis e mulheres transexuais, e 5 homens trans e pessoas transmasculinas.

Alagoas aparece na 16° ocupação entre os estados que mais assassinaram essa parte da população. Foram duas mortes no ano passado. O número caiu em relação a 2020, quando foram oito.

O primeiro caso ocorreu em fevereiro. Alissia Rodriguez, de 20 anos foi assassinada no bairro da Cruz das Almas, em Maceió. Segundo a Polícia Civil, o
suspeito, um cliente que não se recusou a pagar pelo serviço, foi preso em flagrante e responde por homicídio.

Em agosto, a trans conhecida como Gil, de 33 anos, foi encontrada morta, dentro da própria residênciana, rua Alonso Costa, no bairro Roberto Correia de Araújo, no município de União dos Palmares, na Zona da Mata de Alagoas.

O corpo foi encontrado envolto em um lençol branco sobre uma cama. Havia muito sangue no local, além de um banco quebrado ao lado do corpo.

Pelo 13º ano, o Brasil continuou sendo o país onde mais se mata essa população, seguido pelo México e os Estados Unidos, de acordo com a ONG  Transgender Europe (TGEU, na sigla em inglês), que reportou 375 assassinatos em todo o mundo no ano passado.