Crise econômica abre espaço para ovos de páscoa gourmet em Alagoas
Com valores baratos, produtos seduzem e conquistam o público pela qualidade
No mês de Abril uma das datas comemorativas mais importantes é a Páscoa, celebrada culturalmente no Brasil através da comercialização de ovos de chocolate, ou doces derivados do cacau.
Criados pelos Pâtissiers, os padeiros da França, que recheavam ovos de galinha com chocolate, após terem retirado a gema e a clara, e os pintavam por fora, a sobremesa se tornou popular mundialmente e ganhou novas formas e sabores para serem degustados.
Nos últimos anos, a versão gourmetizada do ovo ganhou força e em Alagoas, a gastrônoma Suzane Fernandes de 27 anos trabalha com essa arte culinária há pelo menos sete anos, quando decidiu se aventurar nessa variedade culinária. (Veja ao final como comprar o seu)
“Comecei a fazer os doces era setembro de 2015. Na primeira Páscoa dividi o tempo entre trabalhar em uma empresa de telemarketing, e fazer os ovos. Não foram muitos, e vendi pra pessoas conhecidas, mas me ensinou bastante sobre respeitar processos. Nessa primeira Páscoa fiz tudo em cima da hora, mas os ovos de colher, que foi quando começou a tendência, estavam muito gostosos, e super bem recheados com bolo e brigadeiro”, disse.
Com o sucesso e a notoriedade conquistada após a sua primeira venda, Suzane, dona da marca Doce Su, resolveu continuar investindo na produção dos ovos gourmetizados e, de acordo com ela, até uma semana antes da páscoa os pedidos começam a chover em suas redes sociais.
“É necessário fazer uma organização prévia pra dar conta da demanda. Primeiro, decidir o cardápio, montar os produtos pra precificar corretamente, fazer as fotos e a arte do cardápio, e por fim, divulgar. Ao lançar o cardápio, as pessoas não costumam fazer o pedido logo de cara. É bem normal deixarem pra última hora, já uma semana ou um dia antes da Páscoa”, revelou.
Além da organização necessária para dar conta da grande demanda, os produtos precisam ser feitos com dias de antecedência para ficarem prontos há tempo de celebrar o feriado da Páscoa, marcado para o dia 17 de Abril deste ano.
“As cascas dos ovos precisam ser feitas com muita antecedência, pelo menos 15 dias antes, dependendo da demanda, até 45 dias, desde que bem embalada e armazenada no local correto seguindo todos os protocolos de higiene necessários. Se for trabalhar com ovos de colher, montar as caixas um mês antes. E aí também tem os recheios pra preparar, frutas pra selecionar e higienizar e armazenar no caso dos morangos frescos, que somem nessa época. Mas tudo varia conforme o tipo de produto que a confeiteira irá trabalhar”, contou.
Os produtos industrializados encontrados nos supermercados de Maceió possuem o preço variando de R$40 a até R$70 ou mais a depender da marca, sabor e até mesmo se o doce possui ou não alguma lembrança, recheio em sua casca ou na sua parte interna.
Já os artesanais, como os feitos pela Su, possuem um valor mais acessível para o público, custando a partir de R$15 nas versões mini com três ovinhos ou de R$25 a R$65 nos tamanhos tradicionais.
Por conta dos valores cobrados nos supermercados, a designer de sobrancelhas Maria Vitória Guedes afirmou nem sempre conseguir comprar os ovos, contudo este ano ela resolveu encontrar um para chamar de seu.
“Não, nem sempre [compro], e o principal motivo é a questão financeira. Com certeza o preço é um desestímulo, os ovos de marca dos supermercados são um absurdo de caro E na minha opinião [os ovos gourmet] são os melhores, além de geralmente serem feitos por pequenos empreendedores”, respondeu.
Apesar da questão financeira nem sempre estar ao seu favor, a trabalhadora enxerga a data com um significado próprio, buscando valores que vão além de uma moeda de troca.
“Na minha visão, páscoa significa celebração, aqueles momentos ótimos em que a gente reúne a família pra almoçar, se divertir. Desestimula sim [os preços], mas geralmente a gente dá um jeitinho pra presentear”, afirmou
E o consumidor não é o único a sofrer com a alta dos preços encontrados nos supermercados. Os produtos utilizados por empreendedoras como a Su, da Doce Su, também estão com o valor desfavorável.
“A pior parte é ter que driblar esse aumento todo mês, porque o consumidor final é quem acaba sofrendo junto. E aí, é necessário trabalhar com uma margem de lucro maior sempre, pra não ter que alterar os preços todo mês”, comentou.
Contudo, apesar da inflação nem tudo parece estar perdido para as doceiras. “Precificando corretamente, essa é a melhor época pras confeiteiras. É o momento de faturar um bom dinheiro, pra investir no próprio negócio e em projetos pra crescer mais. Aqui na Doce Su, o planejamento é finalizar nossa cozinha de produção e filmagens”, finalizou.
E aí, ficou interessado em adquirir o seu Doce Su? Para entrar em contato direto com Suzane e fazer a sua encomenda, basta conversar com a doceira através de suas redes sociais @docesu.bakery ou pelo WhatsApp (82) 99662-4538.