Rodrigo Cunha discursa no Senado sobre eleições para governador e vice-governador tampão de AL
O senador disse que a eleição de “tampão” na ALE é “o jogo de cartas marcadas” de grupo que “pensa ser dono de Alagoas”
Em um discurso veemente proferido na tribuna do Senado Federal na tarde desta terça-feira (3), o senador Rodrigo Cunha (União) abordou a suspensão da eleição indireta para os cargos de governador e vice-governador “tampão”, conduzida pela Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). A eleição, que seria realizada na segunda (2), segue com data indefinida após a decisão liminar do ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF), e aguarda a definição do relator da matéria na Suprema Corte, ministro Gilmar Mendes.
O discurso do senador alagoano, na íntegra, pode ser conferido no link https://www12.senado.leg.br/multimidia/embed/107048/h/17:25:56
“O teatro, o jogo de cartas marcadas, a manobra orquestrada a portas fechadas para fazer valer a vontade do poderoso grupo político que pensa ser dono de Alagoas. Tudo claro, sem a participação e sem levar em conta os interesses do povo alagoano. Que nem mesmo sabe direito o que está acontecendo. E por isso me sinto na obrigação, como Senador mais votado do Estado, de vir aqui e mostrar para todos este grande circo criado por eles. É o que tenho feito lá no meu estado, apesar das várias tentativas de me calar”, disse senador.
“Muitos aqui talvez não saibam, mas há um mês, Renan Filho, filho do senador Renan Calheiros, deixou o cargo de governador para disputar uma vaga para esta casa em outubro. Isso está dentro da prática democrática e republicana. Todos sabemos disso. É legitimo. É um direito dele sair do cargo, como determina a lei eleitoral, e deixar o Estado em ordem e na mão do vice eleito. Mas não é isso que aconteceu. Renan Filho abandonou Alagoas sem ter um vice para assumir o barco. Foi cuidar da vida dele sem se preocupar com a vida dos alagoanos”, seguiu Rodrigo Cunha.
Em sua fala, Rodrigo falou que “o grupo comandando pela família Calheiros tenta nomear um novo governador na base do acordão. Querem colocar um governador tampão no cargo mais importante do estado apenas para se manterem no poder. Um fantoche. Alguém que não faz parte da linha sucessória. Que não é o atual presidente da Assembleia, que não é o vice eleito. E por que isso? Para que já concorra nas próximas eleições no cargo e mantenha a hegemonia política do mesmo grupo de sempre. O grupo do atraso. O grupo que faz a política olhando no retrovisor. A junção do retrocesso com a irresponsabilidade”.
“Eu venho aqui hoje nesta tribuna para dizer, primeiro, ao povo de Alagoas: Não sou desse mesmo balaio. Não sou farinha desse mesmo saco. Fui eleito para trabalhar e validado nas urnas pela minha história de luta em defesa dos interesses das pessoas que não tinham esperança nem força pra enfrentar esses poderosos que se acham donos do nosso Estado. Mesmo ciente da força desse grupo, mesmo sabendo que farão de tudo para colocar no cargo esse governador fantoche, sem um voto do povo sequer, não vou me calar diante desse absurdo e continuarei denunciando as manobras feitas por eles, na calada da noite, contra a vontade do povo alagoano”, prosseguiu Rodrigo Cunha.