Na ONU, Bolsonaro diz que extirpou a “corrupção sistêmica”
Presidente brasileiro é o primeiro líder a falar no evento, nesta terça-feira (20/9), em Nova York
O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursa, nesta terça-feira (20/9), na sessão de abertura da 77ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.
“No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político em e desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões de dólares”, disse.
O presidente ainda falou que o responsável pela corrupção no Brasil “foi condenado em três instâncias por unanimidade”, sem citar o ex-presidente Lula nominalmente.
“Delatores devolveram US$ 1 bilhão de dólares e pagamos para a bolsa americana outro bilhão por perdas de seus acionistas”, continuou.
7 de Setembro e Michelle
Aos líderes presentes no evento, Bolsonaro enalteceu os atos realizados no 7 de Setembro, comemoração do Bicentenário da Independência. “Milhões de brasileiros foram às ruas, convocados pelo seu presidente, trajando as cores da nossa bandeira. Foi a maior demonstração cívica da história do nosso país, um povo que acredita em Deus, Pátria, família e liberdade”, afirmou.
Ele também citou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, alegando que o Brasil precisa de “mulheres fortes”. A fala ocorre em meio à rejeição do presidente em relação ao eleitorado feminino.
“Trabalhamos no Brasil para que tenhamos mulheres fortes e independentes, para que possam chegar aonde elas quiserem. A primeira- dama, Michelle Bolsonaro, trouxe novo significado ao trabalho de voluntariado desde 2019, com especial atenção aos portadores de deficiências e doenças raras”, falou.
Bolsonaro discursou após fala do secretário-geral da ONU, António Guterres. O presidente dos EUA, Joe Biden, cujo discurso atrai bastante atenção, adiou sua fala para quarta-feira (21/9), quando Bolsonaro já terá deixado o país.
Primeiro a discursar
Tradicionalmente, cabe ao presidente do Brasil abrir a lista de oradores da conferência, que reúne mais de 100 líderes na sede da organização.
O mandatário brasileiro chegou ao país após uma passagem rápida e turbulenta por Londres, no Reino Unido, para participação no funeral da rainha Elizabeth II. Na ocasião, Bolsonaro foi acusado de fazer uso político da agenda realizada como chefe de Estado.
O chefe do Executivo federal retornará a Brasília ainda na terça à noite.
Participações anteriores na ONU
Esta será a quarta vez que Bolsonaro participará do evento das Nações Unidas. Em 2019, o presidente afirmou aos demais chefes de Estado que o Brasil tinha “compromisso solene” com a preservação ambiental e defendeu a soberania na Amazônia.
Em 2020, o mandatário brasileiro participou da assembleia de forma remota, em razão da pandemia de coronavírus. Na ocasião, o titular do Planalto disse que o Brasil era “vítima” de campanha “brutal” de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.
Em 2021, afirmou que o Brasil estava “à beira do socialismo”. E frisou que o país não é a favor da exigência de comprovação de vacinação contra a Covid-19.
Comitiva presidencial
A comitiva que acompanha Bolsonaro em Nova York inclui cinco ministros, Fabio Faria (Comunicações), Carlos França (Relações Exteriores), Ciro Nogueira (Casa Civil), Joaquim Leite (Meio Ambiente) e o chefe da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), almirante Flávio Rocha, além da primeira-dama Michelle Bolsonaro, do pastor Silas Malafaia, do padre paranaense Paulo Antonio de Araújo, do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), do assessor internacional Filipe Martins e do chefe de comunicação da campanha, Fabio Wajngarten.