25 anos do CTB: Maceió acumula queda de infrações e aumento de mortes no trânsito
Legislação trouxe mudanças neste cenário em todo o pais, determinando as prioridades para pedestres, motoristas, ciclistas e motociclistas
Neste domingo, 22 de janeiro de 2023, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) completa 25 anos. A legislação trouxe mudanças neste cenário em todo o pais, determinando as prioridades para pedestres, motoristas, ciclistas e motociclistas, trazendo ordem ao tráfego nas vias e rodovias.
Em Maceió, um levantamento feito pelo portal 7Segundos, com base nos dados do Detran Alagoas e do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito, apontou que a capital alagoana, entre 2018 e 2021, acumulou um aumento de 54,5% no número de mortes e queda de 12,8% em infrações.
A tabela de óbitos do Ministério da Infraestrutura foi atualizada apenas até setembro de 2022. No entanto, a quantidade do ano passado já foi 65,4% superior que a do primeiro ano da série histórica (2018). A quantidade foi de 55 para 91, com este último podendo ser ainda maior. Este quesito oscilou em Maceió entre 2018 e 2020, mas entrou em ascensão a partir de 2021.
Quando falamos do número de infrações de trânsito, os números do Detran Alagoas contabilizam multas leves, médias, graves e gravíssimas, além da segmentação entre homens e mulheres. Ao todo, em 2018 foram 207.776, enquanto que em 2021 foram 180.987.
Ainda não foram contabilizados os dados do ano passado. O menor registro da série histórica foi em 2020, o primeiro ano da pandemia da Covid-19, com 96.600.
Mais rigor
Em entrevista à Agência Brasil, o professor de Engenharia de Transportes do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Rômulo Orrico, elencou, entre os pontos positivos do Código de Trânsito Brasileiro, a questão da segurança no trânsito. Ele acredita que um maior rigor com os condutores contribuiu para reduzir o número de acidentes.
“Acho que podia ser maior ainda, porque existe um comportamento muito egoísta em relação, por exemplo, às infrações cometidas detectadas eletronicamente pelos pardais eletrônicos”. Para ele, o rigor é importante e, se houve infração, “é fazer cumprir a lei”. "O CTB é um processo de educação e de ação pública importante, mas é preciso que a multa chegue rápido".
Um estudo feito em Nova York, em 2010, apontou que, naquele ano, houve menos mortes de trânsito na cidade do que há um século. Isso ocorreu devido ao programa de tolerância zero e mudança de engenharia de tráfego, ajustando semáforos e a circulação de veículos, além de educação no trânsito.
O professor Orrico ainda propôs a criação eventual de uma justiça de trânsito no Brasil, tendo em vista o aumento da frota de veículos no país, que já alcançou 100 milhões, incluindo motos. “Que não fosse tolerante com mortes no trânsito, com motoristas bêbados. Que julgasse rápido”, disse. Frisou que é preciso ter rapidez nessas questões. “Se a justiça tarda, ela é pouco eficaz”.