Entenda como aumento da gasolina afeta AL e o futuro da Política de Paridade Internacional
7Segundos conversou com o professor de Economia, Cícero Perícles
Os postos de combustíveis de Alagoas já começaram a praticar os novos preços após o Governo Federal decretar o retorno parcial de impostos federais para a gasolina e o etanol.
A reoneração, implementada por meio de medida provisória, começou a valer na última quarta-feira (1º). O 7Segundos conversou sobre assunto com o professor de economia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Cícero Perícles.
De acordo com ele, a gasolina e etanol afetarão, em medidas diferentes, a economia alagoana.
“A gasolina pesará mais porque é mais cara e foi reonerada em R$ 0,47 por litro, diferentemente do etanol que sofreu um reajuste de apenas R$ 0,02 por litro. O fato do óleo diesel e o gás de cozinha ficarem com preços mantidos, sem elevação, diminui, fortemente, a possibilidade de influenciar os preços gerais, gerando mais inflação”.
Ele explica que o peso da reoneração será mais sentido para os que trabalham no transporte.
“A elevação do preço médio da gasolina pesa no bolso dos consumidores que utilizam o automóvel para se deslocar ou trabalhar. São mais de 400 mil automóveis no estado. Por outro lado, as motocicletas e motoretas já formam um conjunto maior que o de automóveis, cerca de 420 mil unidades, ainda que consumam menos que os carros. No caso dos trabalhadores por aplicativos, taxistas e motoboys, o peso será relativamente maior pelo uso mais intenso de carros e motos”.
A reoneração parcial dos impostos reacendeu o debate sobre Política de Paridade Internacional (PPI), em que a Petrobras adota uma política de preços de diesel e gasolina como base no mercado internacional.
“Esse debate somente ocorrerá a partir de abril, quando os novos membros do Conselho Administrativo e novos diretores tomarão posse na Petrobras. Até lá, com o preço do barril do petróleo em baixa e o dólar estabilizado, o cenário será mantido com pequenas negociações em torno dos preços dos combustíveis e a manutenção da Política de Paridade Internacional (PPI). A definição de mudança nessa política adotada em 2016 se dará num outro cenário, com a inflação alcançando números menores e a economia dando sinais de melhoria. Até lá, esse tema se manterá num plano secundário”, explica o professor.