A Polícia Federal (PF) encontrou no celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, uma suposta minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e textos que seriam destinados a dar suporte ao governo em um eventual golpe de Estado, segundo investigadores.

A GLO é uma operação militar que permite exclusivamente ao presidente da República convocar as Forças Armadas nos casos em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem.

Os documentos recolhidos por Cid estavam em mensagens trocadas com o sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, preso junto com Cid no início de maio na operação que apura fraudes nos cartões de vacinação.

Com base nessas mensagens, a PF intimou o coronel Cid para prestar depoimento. A oitiva foi na sede da Polícia Federal, em Brasília, nessa terça-feira (6).

A PF queria explicações sobre essa possível trama, no entanto, o militar ficou novamente em silêncio, segundo apurou a reportagem. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal “O Globo” e confirmada pela CNN.

Outros elementos que estão no inquérito são áudios revelados pela CNN entre Cid e o ex-major Ailton Barros, em que conversam com o coronel e ex-secretário executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco sobre como mobilizar o comandante do Exército para uma intentona golpista.

A PF abriu esse novo inquérito para apurar a possível trama de tentativa de golpe de Estado envolvendo os militares.

O sargento Luis Marcos dos Reis tem depoimento previsto para esta quarta-feira (7) sobre o tema, presencialmente, na sede da PF, em Brasília.

Sobre essa nova situação envolvendo o militar, os advogados de Mauro Cid não responderam à CNN. A defesa de Luis Marcos dos Reis não foi encontrada.