Política

Em meio à tensão com Planalto, Congresso pode adiar análise da LDO

Lei de Diretrizes Orçamentárias deveria ser aprovada até 30 de junho para autorizar recesso no Congresso

Por 7Segundos com CNN Brasil 12/06/2023 21h09
Em meio à tensão com Planalto, Congresso pode adiar análise da LDO
Em meio à tensão com Planalto, Congresso pode adiar análise da LDO - Foto: 07/04/2010 REUTERS/Ricardo Moraes

O Congresso Nacional deve deixar a apreciação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o fim do ano e não aprovar a proposta até 30 de junho, o que autorizaria os parlamentares a terem recesso em julho. As informações são de lideranças do Legislativo.

Com isso, o Congresso mantém a pressão para que o Palácio do Planalto execute uma fatia do orçamento para os parlamentares e entregue os cargos exigidos nas negociações, garantindo, assim, o funcionamento da política no formato que deputados e senadores querem.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer que o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias na Casa seja o deputado Danilo Forte (União-CE), adversário do PT no Ceará.

O nome sofre resistências no partido de Lula e de outras siglas fortes, como o MDB, que também reivindica a relatoria.

Fontes do Congresso ouvidas pela reportagem afirmam que a ideia de a relatoria ficar com um nome indicado por Lira é tentar vencer a “guerra de emendas” com o Planalto.

Com Danilo Forte como relator, provavelmente grande parte do orçamento de 2024 será impositivo, de execução obrigatória, e a tendência é que o governo perca ainda mais protagonismo na elaboração da peça.

O deputado do União Brasil foi relator da LDO quando Eduardo Cunha presidiu a Casa e tornou as emendas individuais impositivas.

A peça orçamentária também não deve começar a avançar na Câmara enquanto o marco fiscal, que substitui o teto de gastos, não for aprovado pelo Congresso.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece as indicações para a confecção da Lei Orçamentária Anual (LOA), orçamento anual enviado pelo Executivo ao Congresso, que define a execução dos recursos de cada ano.

Para garantir a tradicional folga em julho, a estratégia deve ser determinar uma espécie de “recesso branco”, quando não são convocadas sessões e os parlamentares não precisam comparecer presencialmente às Casas.