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Hair Popping: técnica de puxar o cabelo para acabar com a dor de cabeça viraliza no Tik Tok, médica aponta os riscos

Os vídeos já acumulam mais de 1,7 milhões de visualizações e consiste em ‘estalar’ o couro cabeludo

Por O Globo 29/02/2024 11h11 - Atualizado em 29/02/2024 11h11
Hair Popping: técnica de puxar o cabelo para acabar com a dor de cabeça viraliza no Tik Tok, médica aponta os riscos
Mulher faz procedimento para acabar com dor de cabeça e viraliza nas redes sociais - Foto: Reprodução/TikTok

Transtornos causados pelas dores de cabeça ocupam a quinta posição no ranking das doenças que mais afetam a população mundial de 25 a 49 anos. Diferentemente do que acontece com a cefaleia, a enxaqueca é uma doença crônica, ou seja, não existe uma cura. Entretanto, uma trend recente que está viralizando no TikTok promete fazer parar com as dores de cabeça.

Chamada de Hair Popping, os vídeos na plataforma já acumulam mais de 1,7 milhões de visualizações. A técnica consiste em dividir o cabelo da pessoa em pequenas partes. Enrolar essas mechas nas mãos e puxas com força os fios perto do couro cabeludo até fazer um barulho, como se estivesse estalando o couro cabeludo.

Além da dor e desconforto que a técnica causa, ela não tem nenhum benefício comprovado e especialistas ressaltam que pode trazer outros riscos, incluindo, alopecia.

— O som de estalo ouvido é representado pela gálea aponeurótica (tecido mole entre o couro cabeludo e o crânio) saltando do crânio, mas o puxão forte de cabelo pode resultar em alopecia cicatrical, ou seja, não vai mais nascer cabelo ali, ficando um buraco em sua cabeça. Também pode ocorrer sangramentos no couro cabeludo, feridas e infecções como foliculite, uma condição de pele que dá muito coceira, é dolorida e desagradável — afirma Cláudia Melo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.

A especialista diz que por ser uma dor que não tem cura e que afeta milhões ao redor do mundo, é natural as pessoas se desesperarem para achar alguma cura ou algo que faça aquele incomodo passar, porém, ela afirma que é necessário ter cuidado com as medidas alternativas que não tem estudos científicos suficientes ou que não tiveram seus benefícios comprovados.

— Apesar de muitos criticarem as pessoas que procuram esses vídeos na internet, elas estão procurando tratamento para resolver aquele problema a qualquer custo. Elas precisam de informação, qualquer que seja. Mas nenhuma ação deve ser feita se causarem algum tipo de lesão ao seu corpo — diz Merlo.