‘Não consigo respirar’: veja depoimentos em júri de PM que matou em briga de trânsito
Julgamento acontece no Fórum do Barro Duro

Teve início, na manhã desta sexta-feira (03), o julgamento do policial aposentado Gedival Souza Silva, acusado de atirar e matar Fábio Jhonata da Silva, após uma briga de trânsito, em 2021. O crime ocorreu no Centro de Maceió, e teve grande repercussão devido a violência do ato. O júri iniciou ouvindo três testemunhas.

A primeira testemunha foi o policial militar Gomes dos Santos, que, no momento do crime, estava próximo ao local e conseguiu capturar o autor dos disparos. Em seu depoimento, ele revelou que quando chegou perto da vítima, ela ainda estava lúcida, gesticulando, sentada. Nesse momento, o policial foi informado da placa do carro do suspeito, então ele iniciou a busca pelo criminoso. “Tomamos essa decisão de tentar capturar o autor que teria feito os disparos. Nós o abordamos. O autor parou de imediato e disse que fez uma besteira”, disse.
Segundo a testemunha, Gedival não ofereceu resistência, já descendo do veículo com as mãos para cima, sem esboçar qualquer reação. Gomes explicou, ainda, que o autor do crime contou como aconteceu a discussão entre ele e Fábio, inclusive, revelando que atirou porque achou que a vítima teria uma arma de fogo também, o que foi desmentido pela testemunha, que disse ter revistado o carro da vítima e que nenhuma arma de fogo foi encontrada.
A segunda testemunha ouvida pelo júri foi uma assistente social do Hospital Geral do Estado (HGE), que atendeu Fábio no dia do crime. Ela contou que a vítima deu entrada na área vermelha, que é a porta de entrada para traumas. A assistente social contou que Fábio chegou consciente no HGE, mas que também estava desesperado: “Ele estava pedindo socorro, dizendo ‘me ajuda, não consigo respirar’. Ele pediu o celular para falar com a esposa dele”, disse.
Logo depois a segunda testemunha revelou que a vítima foi levada para o centro cirúrgico, mas que após alguns dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), veio a falecer.
Uma terceira testemunha também prestou depoimento na manhã desta sexta-feira, durante o julgamento de Gedival Souza Silva. Trata-se de um homem, que mora no local onde ocorreu o crime, e que prestou socorro à vítima. A testemunha contou que no dia do ocorrido, após ouvir os disparos, correu até o local e encontrou a vítima de joelhos, no chão, baleado, com ferimentos nas costas. Ele revelou que, ao perceber a gravidade da situação e a inexistência de socorro na proximidades, decidiu colocar Fábio no próprio carro e levá-lo até o HGE.

O promotor de justiça Napoleão Amaral, que acompanha o julgamento, disse que o Ministério Público tem a expectativa de que o réu seja condenado, e que as duas teses de acusação sejam reconhecidas: a de que foi um homicídio duplamente qualificado e por motivo fútil, e também a da impossibilidade de defesa da vítima.
Entretanto, embora a pena prevista para esse tipo de crime seja de 12 à 30 anos, o promotor explicou que é provável que, se aceitas as teses, Gedival tenha uma pena reduzida, por se tratar de réu primário, confesso e sem antecedentes, chegando a, no máximo, 17 anos de prisão.
Após as testemunhas serem ouvidas, deverá iniciar o interrogatório do réu.
Veja também
Últimas notícias

Motociclista morre em grave acidente no município de São Sebastião

Sesau discute fluxo de acesso a medicamento que evita infecções em recém-nascidos

Mulher é vítima de ameaças por parte do ex-companheiro em Olho d’Água do Casado

Entregadores por aplicativo protestam na Avenida Fernandes Lima, em Maceió

Paraguai investiga ataque hacker do Brasil, que culpa gestão Bolsonaro

Protagonismo das vereadoras na Câmara de Maceió fortalece a defesa pelos direitos das mulheres
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
