Cultura

Netflix lança coletânea de filmes para celebrar dia do cinema nacional; filme Alagoano é destaque

A seleção "Simplesmente Cinema Brasileiro", que estreia nesta quarta-feira (19), traz títulos de diferentes épocas e gêneros

Por Juliana Leandro* 18/06/2024 15h03 - Atualizado em 18/06/2024 17h05
Netflix lança coletânea de filmes para celebrar dia do cinema nacional; filme Alagoano é destaque
Dia do cinema nacional é comemorado nesta quarta-feira(19) - Foto: Reprodução

O Dia do Cinema Nacional é comemorado nesta quarta-feira (19) e marca a celebração da sétima arte, com uma pitada do jeitinho brasileiro. Com mais de 100 anos de história, o cinema nacional é composto de clássicos atemporais e filmes populares, que vivem na memória de quem já os assistiu, e promete encantar também as pessoas que estão entrando em contato com essas obras pela primeira vez. 

Para celebrar a data em grande estilo, a Netflix lança uma coleção de filmes brasileiros intitulada "Simplesmente Cinema Brasileiro", a seleção traz títulos de diferentes gêneros e épocas. Com o lançamento, chegam à plataforma 22 filmes nacionais. Entre os títulos, estão clássicos como "Central do Brasil" (2003), "Vidas Secas" (1963) e "A Dama do Lotação" (1978). Além de produções recentes, como Aquarius (2016) e Diálogos com Ruth de Souza (2024).

E claro que o cinema Alagoano não podia ficar de fora deste lançamento, e com o longa-metragem "Sem Coração" (2023), representa o estado em escala global. A trama é baseada em memórias da também alagoana Nara Normande, que dirigiu o filme em parceria com o cineasta pernambucano Tião.

Recentemente, a plataforma de streaming revelou a produção de mais dois novos filmes brasileiro. Um deles é "Caramelo",  inspirado no famoso vira-lata caramelo, que já tem um lugar especial no coração de todos os Brasileiros. Outro é a adaptação do livro "O Diário de Um Mago", clássico de Paulo Coelho.

Já o cinema Alagoano, vem crescendo com pequenos passos, mas já possui grandes obras em seu currículo e são uma excelente forma de mergulhar na cultura local. Entre eles está o filme, "Cavalo"(2021) dirigido por Raphael Barbosa e Werner Salles. Buscando elementos da ficção, do documentário e da experimentação, os diretores usaram no longa-metragem uma linguagem híbrida para falar sobre a memória da ancestralidade no corpo.

Raphael começou a se interessar por cinema ainda muito novo, com 12 anos de idade. Natural de Arapiraca, o jovem que no futuro se tornaria realizador audiovisual, passou por vários obstáculos para entrar em contato com sua grande paixão. É que na época de sua infância nos anos 90, não havia cinema no município e a única forma de se ter acesso à esse tipo de obra era através de vídeo locadoras e na televisão aberta.


Em sua fase adulta, Raphael se mudou para Maceió onde cursou jornalismo. E foi justamente em seu trabalho de conclusão de curso (TCC), em 2007, que ele pôde produzir sua primeira obra: o documentário chimarrão, rapadura e outras histórias, que acompanha uma visita Hermeto Pascoal até Lagoa da Canoa, sua terra natal. E desde então não parou mais.

 "O cinema Alagoano hoje é uma potência, o número de profissionais que se dedicam a área tem crescido muito. O audiovisual brasileiro é um mercado maior que a indústria farmacêutica e a indústria automobilística e movimenta R$25 bilhões por ano em média, nossa produção continua crescer e as produções alagoanas merecem destaque". Pontuou Raphael em entrevista concedida para nossa equipe."

Ele também aproveitou a celebração do dia do cinema nacional, para destacar o cinema Alagoano e fez um pedido. 

"A gente precisa que o público, principalmente o Alagoano consuma o cinema local. seja indo ao cinema, na mostra sururu, na internet e em outros meios. Porque é uma forma de conhecer mais sobre nossa cultura, nossos interprestes e valorizar a cultura local."

E para quem tem interesse em assistir conteúdos audiovisuais Alagoanos de forma totalmente gratuita, é só clicar aqui.

Confira a lista de todos os filmes lançados pela Netflix: 


Sem Coração (2023, dir. Nara Normande, Tião)
Diálogos com Ruth de Souza (2024, dir. Juliana Vicente)
Apaixonada (2023, dir. Natalia Warth)
Central do Brasil (1998, dir. Walter Salles)
São Paulo, Sociedade Anônima (1965, dir. Luís Sérgio Person)
Rio, 40 Graus (1955, dir. Nelson Pereira dos Santos)
Vidas Secas (1963, dir. Nelson Pereira dos Santos)
Jogo de Cena (2007, dir. Eduardo Coutinho)
Terra Estrangeira (1995, dir. Daniela Thomas, Walter Salles)
Mutum (2007, dir. Sandra Kogut)
Santo Forte (1999, dir. Eduardo Coutinho)
A Luz do Tom (2013, dir. Nelson Pereira dos Santos)
Uma Noite em 67 (2010, dir. Renato Terra, Ricardo Calil)
A Ostra e o Vento (1997, dir. Walter Lima Jr.)
As Canções (2011, dir. Eduardo Coutinho)
Últimas Conversas (2015, dir. Eduardo Coutinho)
Pacarrete (2020, dir. Allan Deberton)
Filhos de João: O Admirável Mundo Novo Baiano (2009, dir. Henrique Dantas)
Mamonas Pra Sempre (2009, dir. Cláudio Kahns)
No Intenso Agora (2017, dir. João Moreira Salles
Aquarius (2016, dir. Kleber Mendonça Filho)

Estagiário sob supervisão*