Fazenda mantém previsão de crescimento do PIB em 2,5% em 2024
Para 2025, projeção caiu de 2,8% para 2,6%; governo aumentou estimativa de inflação de 3,7% para 3,9% neste ano
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda manteve a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2,5% em 2024, segundo os dados do Boletim Macrofiscal divulgado pela pasta nesta quinta-feira (18). Para 2025, a projeção caiu de 2,8% para 2,6%, mas seguiu próxima a 2,5% para os anos posteriores.
Os impactos negativos das enchentes no Rio Grande do Sul no PIB do segundo semestre devem ser compensados por medidas de suporte a famílias e empresas e aos governos estadual e municipais.
“O vigor das vendas no varejo e a demanda crescente por serviços prestados às famílias, repercutindo a geração de novos postos de trabalho, o avanço da massa de rendimentos e as condições menos restritivas de crédito, seguem como os principais vetores de crescimento em 2024, acompanhados pela recuperação dos investimentos em função da expansão na absorção de bens de capital projetada para o ano”, diz o documento, divulgado a cada dois meses.
Apesar de a projeção de crescimento para o ano ter permanecido estável desde maio, houve mudanças por setor produtivo. Para a agropecuária, a variação esperada para o PIB caiu de -1,4% para -2,5%, refletindo a redução nas estimativas para a safra de soja, milho e trigo e os impactos da calamidade no sul do país.
Para a indústria, a expectativa de crescimento neste ano foi revisada para cima, de 2,4% para 2,6%. Segundo a pasta, a revisão repercute, sobretudo, as maiores expectativas para o crescimento da indústria de transformação e construção no ano.
A projeção para a expansão dos serviços também subiu, passando de 2,7% para 2,8%.
Para o segundo semestre, a expectativa é de desaceleração moderada no ritmo de atividade, para 0,6%. A pasta informa que as enchentes no sul do país explicam parcialmente a desaceleração no crescimento no trimestre, afetando principalmente as estimativas de expansão da agropecuária e da indústria de transformação.
Inflação
O governo aumentou a estimativa de inflação para 2024 de 3,7% para 3,9%. A previsão leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado e da calamidade no Rio Grande do Sul nos preços, além dos reajustes recentes anunciados para os preços da gasolina e GLP.
O teto da meta estabelecida pelo governo é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2025, a previsão de inflação medida pelo IPCA também aumentou, de 3,2% para 3,3%.
Impacto negativo da tragédia no RS
Segundo a Fazenda, o impacto negativo da calamidade no RS deve ser de 0,25 ponto percentual do PIB do Brasil em 2024. Por setor produtivo, os resultados indicam perdas de 0,9 ponto percentual para o PIB agropecuário, de 0,3 ponto percentual para o da indústria e de 0,2 ponto percentual para o de serviços. Esses impactos consideram tanto os efeitos negativos da calamidade no RS como os transbordamentos dela em outros estados.
No entanto, de acordo com a pasta, essas sequelas tendem a ser compensadas, ao menos em 2024, pelas medidas de suporte às empresas e pelas transferências diretas às famílias e aos governos estadual e municipais.
“Apesar de na atividade nacional o impacto líquido da calamidade ser próximo a zero devido aos esforços empreendidos pelo governo federal para auxílio à população afetada, a agropecuária e a indústria de transformação deverão ser setores mais afetados. Os impactos mais negativos da calamidade sobre a atividade deverão aparecer no PIB do segundo trimestre, sendo compensados nos trimestres seguintes”, diz o documento.