Polícia

Medicamentos desviados por organização criminosa custavam até 23 mil reais cada

De acordo com as investigações a organização tinha como objetivo revender as medicações para farmácias e distribuidoras

Por Wanessa Santos 01/08/2024 13h01 - Atualizado em 01/08/2024 14h02
Medicamentos desviados por organização criminosa custavam até 23 mil reais cada
Organização criminosa focava em medicações oncológicas de alto custo - Foto: Ascom

A Operação Overdose, deflagrada na manhã desta quinta-feira (01) em Maceió, prendeu oito pessoas suspeitas de furtas medicações de unidades de saúde da capital alagoana. Diversos medicamentos foram apreendidos durante a operação, dentre eles remédios de altíssimo custo. Dentre os mais caros, estava um com valor de R$22.600 reais, e outro que custa R$15.000 cada. A Farmex, Farmácia de Medicamentos Excepcionais, era um dos alvos do grupo.

De acordo com as investigações a organização tinha como objetivo revender as medicações para farmácias e distribuidoras. Boa parte desses remédios de alto custo seriam destinados para pacientes em tratamento contra o câncer. Os desvios, além de caracterizar um crime contra a saúde pública, promovia grande prejuízo para esses pacientes, que acabavam ficando sem possibilidade de realizar os tratamentos.

Segundo a investigação, que foi realizada pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), da Polícia Civil, em parceria com a Polícia Militar, essa organização criminosa era composta por vários indivíduos e entre eles havia funcionários de empresas terceirizadas e que eram responsáveis pela limpeza e higienização de unidades de saúde localizadas em Maceió.

Ao todo, a operação cumpre 10 mandados de prisão e nove de busca e apreensão nas cidades de Maceió e Marechal Deodoro. O número exato de medicamentos apreendidos ainda não foi revelado. O material apreendido está sendo catalogado. Outras informações devem ser passadas pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), da Polícia Civil em breve.

Investigação

As investigações da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) tiveram início no mês de março, depois de informações repassadas por fontes de inteligência. Pequenos furtos ocorriam em unidades de saúde e, ao decorrer, o líder da organização começou a cooptar funcionários terceirizados da limpeza para fazer esses furtos para ele.

De acordo com o delegado Igor Diego, há a tipificação do crime de furto qualificado pelo abuso de confiança porque as pessoas trabalhavam nas unidades; os que estavam recebendo vão responder por receptação, organizações criminosas, além do crime contra a Saúde Pública por adquirir medicamentos de pessoas sem autorização.

Não foi apurado se o controle externo hospitalar notou divergência na quantidade de medicamentos por causa dos furtos. As investigações continuam.