Política

Itamaraty confirma custódia de embaixadas da Argentina e do Peru na Venezuela

Movimento ocorre após o governo de Nicolás Maduro expulsar as equipes diplomáticas de pelo menos sete países

Por CNN 05/08/2024 21h09
Itamaraty confirma custódia de embaixadas da Argentina e do Peru na Venezuela
Palácio do Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A partir desta segunda-feira (5), o Brasil está oficialmente responsável pelas embaixadas da Argentina e do Peru em Caracas, capital da Venezuela. A decisão é fruto de um acordo firmado entre os países.

A informação havia sido divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores da Venezuela mais cedo, e foi confirmada pelo Palácio do Itamaraty em nota.

O movimento ocorre após o governo de Nicolás Maduro expulsar as equipes diplomáticas de pelo menos sete países – incluindo Argentina e Peru – após acusações de fraude nas eleições presidenciais.

“O governo da República Bolivariana da Venezuela e o governo da República Federativa do Brasil informam que chegaram a acordo para que a custódia dos locais das missões diplomáticas da República Argentina e da República do Peru, incluindo seus bens e arquivos, bem como a representação de seus interesses e de seus nacionais em território venezuelano, sejam representadas, a partir de 5 de agosto de 2024, pela Embaixada da República Federativa do Brasil em Caracas”, informou o Itamaraty.

Comissão de chanceleres

De acordo com apuração da âncora da CNN Tainá Falcão, a diplomacia brasileira negocia com o governo de Nicolás Maduro e com representantes da oposição venezuelana a possibilidade de criar uma comissão formada pelos chanceleres de Brasil, México e Colômbia.

A ideia é que o grupo – formado pelo brasileiro Mauro Vieira, pela mexicana Alicia Bárcena e pelo colombiano Luis Gilberto Murillo – possa intermediar discussões sobre o resultado eleitoral no país.

A CNN já havia informado que o Ministério das Relações Exteriores avalia a possibilidade de Mauro Vieira visitar a Venezuela. Fontes do Itamaraty consideram difícil o Brasil reconhecer Maduro como vencedor diante de uma checagem apenas pela Suprema Corte – estratégia de Maduro para obter reconhecimento.