Alagoas registra aumento de 100% nas autorizações para doações de órgãos
No mesmo período, o Estado registrou 79 transplantes realizados, sendo 72 córneas, quatro fígados e três rins

A Central Estadual de Transplantes de Alagoas, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), registrou, de janeiro até julho, um total de 14 doações de múltiplos órgãos. O número é 100% maior que o mesmo período de 2023, quando foram realizadas sete doações.
De acordo com dados consolidados, Alagoas já realizou neste ano 79 transplantes e disponibilizou 22 órgãos para outros estados. Entre os órgãos transplantados, foram 72 córneas, quatro fígados e três rins, conforme dados divulgados pela Central de Transplantes de Alagoas.
E entre estes familiares que autorizaram a doação de órgãos em Alagoas este ano, ajudando a salvar mais vidas, está a estudante Kamila Vitória, de 21 anos. Ela é neta de um idoso de 71 anos, que estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, e que evoluiu para morte encefálica em julho deste ano, fazendo com que a família autorizasse a doação de seus órgãos para transplantes.
“O meu avô foi um exemplo de homem. Ele sempre fez tudo pela família e gostava de fazer as suas caridades. Foi muito doloroso para nós receber o diagnóstico de morte encefálica, mas, analisando a sua vida, entendemos que o nosso ‘sim’ representou a sua última doação em vida”, relatou Kamila Vitória, emocionada e orgulhosa do homem que, para ela, sempre será seu “grande herói”.
Sensibilização
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, destaca que o aumento identificado tem como principal fator a maior sensibilização da população sobre o tema, que, mesmo durante a perda do ente querido, tem autorizado a doação. “Comunicar aos familiares sobre o desejo de ser um doador é extremamente importante, porque somente a família pode autorizar a doação. A legislação brasileira ainda não permite que seja válido deixar isso por escrito e, se a família não autorizar, será respeitado o direito dos familiares”, salienta.
Daniela Ramos ressalta, ainda, que as estratégias adotadas pela Central de Transplantes de Alagoas também têm ajudado na humanização junto aos familiares, visando o acolhimento das famílias e a solicitação de doação.
“Estamos realizando uma união de forças, tendo em vista que a nossa Rede Estadual de Saúde tem crescido e estamos conseguindo, de forma integrada, fazer a articulação para solicitação da doação de órgãos. Também estamos realizando capacitações e campanhas ativas, bem como treinamento dos profissionais”, justifica.
A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas explica que, só após o diagnóstico de morte encefálica, prescrito na resolução 2.173, expedida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2017, os médicos procuram a família e pedem a autorização para a doação dos órgãos. “A doação de órgãos, de múltiplos órgãos, só acontece quando há diagnóstico de morte encefálica, ou seja, quando a morte é comprovada por meio de alguns exames, que são realizados em três etapas”, explica.
Papel do Governo
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, enfatiza a importância do apoio governamental na estruturação das unidades de saúde para garantir a efetividade na captação de órgãos.
"O apoio contínuo do Governo do Estado tem possibilitado que os Hospitais Geral do Estado, Metropolitano, da Mulher e de Emergência do Agreste realizem a captação de órgãos com eficiência. Esse avanço não só reflete a capacidade técnica dos nossos profissionais, mas, também, a qualidade da infraestrutura e dos equipamentos disponíveis nas nossas unidades. A melhoria constante desses serviços é um compromisso do governo para garantir que mais vidas possam ser salvas por meio dos transplantes”, frisa o gestor da saúde estadual.
A primeira etapa da comprovação da morte encefálica é desenvolvida por um médico habilitado, que faz uma série de exames clínicos e, uma hora depois, outro médico repete todos os exames. O segundo passo é um teste de apneia para ter certeza de que o paciente está respirando ou não. E a terceira etapa é um exame de imagem, podendo ser um eletroencefalograma, doppler e arteriografia.
Os destinos dos órgãos ou tecidos são indicados de acordo com a lista de espera regulada pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde (MS) e com critérios de urgência, tempo de espera e compatibilidade. Na lista de espera por um órgão ou tecido, conforme a Central de Transplantes, Alagoas tem 547 pessoas, das quais 513 aguardam por um transplante de córnea, 30 por um de rim e quatro por um de fígado.
Veja também
Últimas notícias

Homem é preso por agredir ex-companheira após recusa de relação sexual em Alagoas

Empresário agrediu cunhada antes de ser assassinado em Arapiraca, diz polícia

Primeiro dia de São João no Lago da Perucaba reúne mais de 80 mil pessoas em Arapiraca

Em derrota para governo, Câmara derruba aumento do IOF; Senado ainda votará

Festejar com respeito: deputado Leonam propõe reflexão sobre fogos com estampido

Alfredo Gaspar vota contra aumento do IOF e Câmara derruba imposto que penalizava o cidadão
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
