Meio ambiente

Alagoas e Sergipe são os únicos estados que não registraram incêndios florestais em 48h

Somente no período de de 24 de agosto a 09 de setembro nove ocorrências de fogo em vegetação foram registradas

Por Juliana Leandro 04/09/2024 16h04 - Atualizado em 04/09/2024 17h05
Alagoas e Sergipe são os únicos estados que não registraram incêndios florestais em 48h
Somente no período de de 24 de agosto a 09 de setembro nove ocorrências de fogo em vegetação foram registradas - Foto: Reprodução


Segundo o monitoramento realizado pelo pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) o número de incêndios florestais no mês de agosto foi de 38.266 casos somente na Amazônia. Os dados apontam que de agosto até outubro, com as temperaturas mais elevadas esses casos tendem a aumentar. Este fato coloca em risco o bioma do país e as espécies de animais que neles habitam. 

Em relação a Alagoas, dados recentes do Inpe, mostram que de todos os estados Brasileiros (incluindo Distrito Federal) somente Alagoas e Sergipe, não registraram casos graves de incêndios em florestas nas últimas 48 horas. 

Porém, um levantamento realizado pela equipe do 7segundos, que monitorou as ocorrências em tempo real do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), mostra que os números são alarmantes mesmo assim. 

Somente no período de 24 de agosto a 09 de setembro nove ocorrências de fogo em vegetação foram registradas. Ao consultar os bombeiros, foi constatado que a maioria dos casos aconteceram em Maceió, totalizando cinco ocorrências na capital. 


  • Confira as ocorrências por munícipios de 24/08 a 09/09: 

    • Maceió 5
  • • Delmiro Gouveia 1
  • • Marechal Deodoro 2
  • • Porto de Pedras 1
  • Segundo o Inpe, de 2023 para este período de 2024, os casos de focos de incêndios florestais aqui no estado sofreram uma redução de 42,7%. Ano passado, foram registrados 227, ao ponto que este ano até o momento, 130 foram contabilizados. 

El Ninõ e outras possíveis causas


O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) registrou um aumento de aproximadamente 50% nos focos de queimadas anuais do estado. Os dados são fornecidos pela Supervisão de Geoprocessamento do órgão, que realiza o monitoramento desses focos em Alagoas.

Os números do início de 2024 apontam para um crescimento considerável de focos. Em janeiro deste ano, foram identificados 3.948 focos de queimada, contra 1.103 no mesmo período de 2023. Esses números podem indicar que os casos este ano podem chegar a ultrapassar o anterior, se as temperaturas continuarem elevadas.

De acordo com o Inpe, são chamados ''focos de calor'' temperaturas captadas por sensores dos satélites quando estas atingem uma temperatura acima de 47ºC, e área mínima de 900 metros quadrados, sendo assim, disponibilizados em formato de pontos georreferenciados.

Diversos fatores podem ter ocasionado o aumento, como a estiagem e a ocorrência do El Ninõ, fenômeno responsável pela anomalia climática ao redor do mundo, gerando alta na temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico próxima à linha do Equador, resultando no aumento em frequência devido às emissões de gases acima da média, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)..

Outro fator que pode explicar o crescimento do número de focos está ligado ao aumento da quantidade de satélites que fazem a identificação desses focos de calor.

A maioria dos registros são em regiões de Mata Atlântica. Os demais focos detectados, cerca de 30%, estão em áreas de ocorrência da Caatinga.

Conforme os dados de satélites, municípios com forte presença de canaviais e usinas de cana-de-açúcar lideram a lista de maiores números de focos durante o ano, como Coruripe, em primeiro lugar, apresentando 1.069 registros. Traipu, Penedo, Teotônio Vilela e Campo Alegre vêm logo em seguida com os maiores números apontados.