Celebridades

Emiliano Queiroz morre, aos 88 anos, no Rio de Janeiro

Depois da estreia na TV Globo em 1965, atuou em mais de 70 novelas, seriados e minisséries. Foi Juca Cipó em ‘Irmãos Coragem’ e deu vida a Dirceu Borboleta de ‘O Bem Amado’

Por G1/ Jornal Nacional 04/10/2024 21h09
Emiliano Queiroz morre, aos 88 anos, no Rio de Janeiro
Emiliano Queiroz na peça “Na Sobremesa da Vida” - Foto: Reprodução/TV Globo

O Brasil perdeu nesta sexta-feira (4) mais um talento grandioso: o ator Emiliano Queiroz, aos 88 anos de idade.

Quantos personagens cabem na vida de um ator? Na de Emiliano Queiroz, foram mais de 300. O talento para interpretar foi reconhecido cedo pela mãe. O filho não passava de um menino de 6 anos em Aracati, no litoral do Ceará, quando um padre quis convencê-la que o menino tinha vocação para o seminário.

Do teatro na escola, foi para rádio. E da rádio em Fortaleza, decidiu que era hora de rumar para São Paulo.

“Aí: ‘Como eu vou para São Paulo? Não tenho dinheiro, não tenho nada’, meu pai tinha acabado de morrer. Eu tinha um cunhado meu que ele tinha uns caminhões que viajavam para São Paulo levando carga e tal. ‘Eu vou entrar no caminhão’. Aí eu fui no caminhão dele para São Paulo. Tipo pau-de-arara, entende?”, contou Emiliano Queiroz ao Memória Globo em 15 de dezembro de 2000.

Depois da estreia na TV Globo em 1965, atuou em mais de 70 novelas, seriados e minisséries. Foi Juca Cipó em “Irmãos Coragem”, de 1971. Foi também nos anos de 1970 que Emiliano interpretou um personagem que marcou a memória de muitos brasileiros e que o acompanharia pelo resto da vida: o inesquecível Dirceu Borboleta de “O Bem Amado”.

A construção do personagem é um capítulo à parte. A gagueira de Dirceu Borboleta surgiu por acaso, nas discussões em cena com Paulo Gracindo. E o ator soube tirar proveito para criar um personagem que entrou para história da TV.

Ele participou de um marco do teatro brasileiro. Fez a travesti Geni na primeira montagem da Ópera do Malandro, de 1978. Foi a atuação dele que inspirou Chico Buarque a compor a música do personagem.

O talento de Emiliano em “Alma Gêmea” está no ar em “Vale a Pena Ver de Novo”.

Emiliano Queiroz estava com 88 anos. Tinha acabado de colocar três stents no coração. Nesta sexta-feira (4), teve uma parada cardíaca e não resistiu.

Quando celebrou 60 anos de carreira, em 2012, Emiliano Queiroz fez do palco um cenário de memórias. Na peça “Na Sobremesa da Vida”, relembrou a própria trajetória: uma vida passada diante das luzes, das câmeras e da plateia.

“Alquimia só acontece nesse encontro, como agora, aqui, aqui agora, entre nós. Amanhã, amanhã só resta a lembrança. A comovente lembrança”, disse Emiliano Queiroz.