Haddad acredita que Carrefour vai rever boicote à carne do Mercosul
Empresa anunciou que não vai mais vender carnes de países sul-americanos, em reação ao acordo entre o bloco e a União Europeia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (26) acreditar que o Carrefour da França vai rever o boicote da empresa às carnes originárias de países do Mercosul. O anúncio foi feito nos últimos dias pelo CEO da varejista francesa, Alexandre Bompard. No comunicado emitido pelo executivo, o Carrefour se compromete a não vender carnes do bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Bompard alegou que as mercadorias não cumprem “requisitos e padrões”.
“Eu não vou ficar comentando atitude de empresa, mas, enfim, houve uma reação justificável [de entidades brasileiras] a esse tipo de declaração. É uma empresa que está instalada no Brasil, não faz muito sentido [boicotar carne do Mercosul], mas eu não quero me estender sobre isso, porque eu acredito que a empresa vai se reposicionar, na minha opinião”, destacou Haddad a jornalistas.
O CEO do Carrefour tomou a posição em reação ao acordo entre Mercosul e a União Europeia, discutido há mais de 20 anos. A parceria, cujas discussões foram intensificadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o início deste mandato, pode ser finalizada em breve.
Se concluído, o acordo formará uma das maiores áreas de livre comércio do planeta, com quase 720 milhões de pessoas, 20% da economia global e 31% das exportações mundiais de bens.
Haddad aproveitou para defender a parceria, criticada, principalmente, pela França, que alega possível prejuízo aos agricultores do país caso a proposta seja finalizada. O setor agrícola francês tem se manifestado publicamente contra o acordo nos últimos dias.
“Nós, durante o G20 [na semana passada, no Rio de Janeiro] tivemos muitas reuniões bilaterais para discutir o acordo. Eu estive pessoalmente com o presidente [da França, Emmanuel] Macron em duas ocasiões, uma delas reservadamente, conversando sobre o acordo. Ele tem o ponto de vista, que é absolutamente legítimo, de interesse da França”, acrescentou.
Segundo Haddad, Macron defendeu o posicionamento francês em encontro com empresários brasileiros. “Ele falou sobre como entendia que o acordo poderia ser feito, mas eu não vejo como excludentes as visões patrocinadas pela União Europeia e aqui por parte do Mercosul, sobretudo com a liderança do presidente Lula”, destacou o ministro.
Haddad afirmou que, ao presidente francês, declarou que o governo brasileiro entende que o acordo deve ser firmado sem prejuízo dos pontos apontados pelos franceses. “Estabelecer nexos entre as cadeias produtivas das duas regiões, ou seja, aprofundar as relações de maneira a não fazer uma divisão inter-regional entre agricultura e indústria, e fazer uma coisa mais transversal, como ele próprio usou a palavra”, completou.
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