Uncisal recebe R$ 16 mi para pesquisas conjuntas sobre o vírus da zika
Além da Universidade Estadual alagoana, USP e uma outra instituição americana também farão parte do desenvolvimento das pesquisas sobre a síndrome

Alagoas se transformou em um dos principais polos de pesquisa sobre o vírus da zika no país. O Laboratório de Audição e Tecnologia (Latec) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) foi contemplado, por meio de um edital lançado por órgão equivalente ao Ministério da Saúde dos Estados Unidos (NIH), com R$ 16 milhões, para desenvolver pesquisas inovadoras sobre a síndrome congênita que atingiu o Brasil, sobretudo, a partir de 2015.
Os recursos disponibilizados pelo NIH serão investidos em Alagoas, sob coordenação da Uncisal, e em São Paulo, sob coordenação da Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto. Os valores serão aplicados na aquisição de equipamentos, na estruturação de projetos, na realização de exames e até mesmo no transporte e na alimentação dos participantes da iniciativa, com a proposta de mapear, compreender e futuramente tratar as sequelas da síndrome congênita do vírus da zika.
“Esse projeto surgiu pois detectamos, em estudo anterior, que crianças expostas ao vírus da zika materno, mesmo sem microcefalia, poderiam ter atrasos no desenvolvimento auditivo e cognitivo. As ações prioritárias do novo projeto são de acompanhamento em três vertentes: desenvolvimento auditivo, desenvolvimento da linguagem e desenvolvimento cognitivo. Isso tudo com vistas à intervenção futura. Quando detectarmos o problema, vamos encaminhar para tratamento, mas nós queremos saber se o problema realmente persiste e por quanto tempo ele vai perdurar”, explicou Pedro de Lemos Menezes, coordenador local da pesquisa e um dos líderes do Latec.

Pedro de Lemos Menezes acrescenta que o projeto eleva a Uncisal para um grau avançado de pesquisa sobre a síndrome congênita do vírus da zika. Além disso, desonera o financiamento nacional de pesquisas, com recursos integralmente oriundos de órgão estrangeiro. O projeto contemplado irá se transformar em publicações que vão circular o mundo, afirma o pesquisador, demonstrando a relevância que a universidade ganhou na área ao longo dos últimos anos. A expectativa é que os estudos se transformem em artigos científicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado.
“A Uncisal passará a se debruçar sobre uma área específica e desenvolverá pesquisas relevantes não só para o cenário local ou regional, mas para o cenário global. Isso é muito importante, porque nos coloca em um patamar alcançado apenas por instituições de grande notoriedade. Será um avanço impactante para a nossa instituição e para todo o Estado de Alagoas”, complementa o professor.
A Uncisal iniciou, em 2016, os primeiros estudos sobre os efeitos do vírus da zika em crianças, com enfoque maior na audição. Coube ao Latec encabeçar o levantamento, que resultou em artigos acadêmicos, trabalhos científicos e em uma tese de doutorado. Em uma das apresentações internacionais, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), os pesquisadores alagoanos chamaram a atenção de pesquisadores da Universidade Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores, então, firmaram o primeiro convênio, aprovado pelo NIH, para estudar de forma detalhada os impactos da infecção na audição e cognição das crianças com microcefalia e, então, estabelecer diagnóstico e tratamento mais adequados para esses casos. O estudo contou com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo e recebeu, naquela oportunidade, recursos globais da ordem de R$ 3 milhões para desenvolver as atividades.
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