Alagoas

Golpe em Maceió lesou pelo menos 500 pessoas com falsas promessas do Minha Casa, Minha Vida

Documentos falsos eram apresentados para dar credibilidade ao golpe

Por 7Segundos 25/12/2024 07h07 - Atualizado em 25/12/2024 07h07
Golpe em Maceió lesou pelo menos 500 pessoas com falsas promessas do Minha Casa, Minha Vida
Golpe habitacional em Maceió lesou pelo menos 500 pessoas com falsas promessas do Minha Casa, Minha Vida - Foto: Reprodução/TV Gazeta

Em Maceió, mais de 500 pessoas foram enganadas em um esquema fraudulento relacionado ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O golpe envolvia promessas de facilitar o acesso às moradias, mediante o pagamento de taxas entre R$ 400 e R$ 1.500, realizadas via PIX. Os golpistas, que utilizavam redes sociais e aplicativos de mensagens, chegaram a apresentar documentos falsificados e realizar reuniões para dar credibilidade ao esquema. 

Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, contou que acreditava estar garantindo uma casa no Residencial Reserva das Águas, no bairro Cidade Universitária, ao pagar R$ 400. “Achei que era uma oportunidade de finalmente ter um lar, mas me enganei. Recebi até um documento com o nome da Caixa Econômica Federal, e parecia tudo real”, relatou à TV Gazeta, filiada da Globo em Alagoas.

O esquema contava com a atuação de uma mulher que se apresentava como funcionária da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Maceió. Em áudios compartilhados em grupos de mensagens, ela orientava os participantes a procurar pessoas específicas na secretaria, reforçando a falsa promessa de moradia. A farsa veio à tona quando algumas vítimas tentaram participar da entrega de imóveis no Parque da Lagoa, no bairro do Vergel, e descobriram que seus nomes não estavam cadastrados no programa oficial. “Quando chegamos para confirmar a entrega, nos disseram que nunca houve nada registrado em nosso nome. A mulher que nos cobrou sumiu”, disse uma vítima. 

Na Chã do Bebedouro, pelo menos sete mulheres também foram vítimas do esquema. Algumas pagaram até R$ 1.500 e receberam documentos falsificados que simulavam contratos emitidos pela Caixa Econômica. Rayane Valéria da Silva, uma das lesadas, contou que, no momento do pagamento, recebeu uma carta onde deveria listar os nomes dos futuros moradores da casa. 

“Ela falava com tanta segurança, prometia que tudo estava garantido. Pagamos acreditando, mas era tudo mentira. Só ficamos com a decepção”, desabafou. 

Muitas pessoas buscaram agências da Caixa Econômica para tentar confirmar a autenticidade dos papéis, mas foram informadas de que se tratava de falsificações. A decepção foi profunda, principalmente porque muitas famílias planejavam se mudar ainda este ano.

“Foi uma desilusão. Tínhamos o sonho de um lugar melhor para os nossos filhos, e agora não temos nada. Perdi meu dinheiro e minha esperança”, lamentou Rayane. 

A Prefeitura de Maceió reforçou que não cobra nenhuma taxa para os cadastros em programas habitacionais e que não há intermediários autorizados para esses serviços. A administração municipal orienta os interessados a buscar informações diretamente pelos canais oficiais.