Maceió

Filho acusa UPA de demora no diagnóstico de infarto que resultou na morte de seu pai

Família relata omissão de atendimento e erros que poderiam ter sido evitados

Por 7 Segundos 28/12/2024 18h06 - Atualizado em 28/12/2024 18h06
Filho acusa UPA de demora no diagnóstico de infarto que resultou na morte de seu pai
Filho acusa UPA de demora no diagnóstico de infarto que resultou na morte de seu pai - Foto: Cortesia

Um homem procurou a equipe do 7segundos para realizar uma denúncia de negligência médica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Universitária, em Maceió, após a morte de seu pai que apresentava sintomas clássicos de infarto. Segundo o filho, o pai deu entrada na unidade na manhã do dia 26 de dezembro, por volta das 9h30, com queixas de dores intensas no peito, falta de ar, cansaço extremo e suor frio. Apesar dos sintomas alarmantes, ele não recebeu o atendimento adequado e veio a óbito no dia seguinte.

No primeiro atendimento, após passar pela triagem e realizar um eletrocardiograma, o paciente foi encaminhado à área vermelha da UPA. A enfermeira que realizou o exame identificou alterações no coração, mas afirmou que o diagnóstico caberia ao médico plantonista. De acordo com o relato, o médico desconsiderou a possibilidade de infarto e diagnosticou gastrite, medicando o paciente com analgésicos e medicamentos para o sistema digestivo, como Buscopan, Domperidona e Pantoprazol. Apesar de continuar sentindo fortes dores, ele recebeu alta às 21h do mesmo dia, com prescrição para continuar o tratamento em casa.

Durante a madrugada, o estado de saúde do homem piorou. Ele apresentou vômitos, dores intensas no peito e falta de ar. Na manhã do dia 27, por volta das 6h40, a família o levou novamente à mesma unidade de pronto atendimento. O relato do filho destaca a demora no atendimento: não havia equipe disponível no momento da chegada, e foi necessário esperar enquanto os funcionários estavam em pausa. O paciente foi levado em uma cadeira de rodas à área vermelha, onde foi atendido novamente pelo mesmo médico da noite anterior.

A família relata que teve que implorar para que o médico providenciasse uma transferência para o Hospital Geral do Estado (HGE), dada a gravidade do caso. Segundo o filho, apenas após horas de espera e após a chegada da equipe do SAMU, foi constatado que o paciente estava sofrendo um infarto do miocárdio. De imediato, a equipe do SAMU questionou o médico da UPA sobre o atraso na regulação para emergências, que ainda não havia sido feita.

O paciente foi transferido ao HGE, onde recebeu atendimento especializado e passou por um cateterismo de urgência para desobstrução das artérias. No entanto, o diagnóstico tardio e o tempo perdido no atendimento resultaram em complicações que levaram à sua morte.

Em lágrimas, o filho denuncia a falta de preparo da equipe da UPA e a negligência no tratamento de um caso de emergência. “Meu pai já estava infartado no primeiro atendimento, mas o médico afirmou que era gastrite. Essa demora custou a vida dele. Ele poderia estar vivo se tivessem agido com rapidez e competência”, desabafou.

Até o momento, a Secretaria de Saúde do Estado não se pronunciou oficialmente sobre o caso, nossa equipe aguarda o retorno da Sesau sobre este caso.