Estudantes alagoanos denunciam erros em exame nacional de residência da Ebserh
Eles apontam diversos erros e irregularidades no processo seletivo, especialmente em relação à análise curricular
Estudantes alagoanos que participaram do Exame Nacional de Residência (ENARE) 2024/2025, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), denunciaram ao portal 7Segundos diversos erros e irregularidades no processo seletivo, especialmente em relação à análise curricular.
Um dos estudantes do curso de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que preferiu não se identificar, relatou que, mesmo com a divulgação tardia dos resultados, que atrasaram por diversas vezes entre 2023 e 2024, o processo seletivo para 80 mil candidatos em diversas áreas de residência médica e multiprofissional sofreu com problemas técnicos e falhas na análise das informações.
O ENARE, instituído pela Portaria de 2019, passou por uma série de mudanças ao longo dos últimos anos. Originalmente, o exame era conduzido pelo CP (Comitê de Exames) e, após problemas com a antiga banca, a responsabilidade foi repassada para a Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2023.
Para muitos candidatos, a mudança de banca gerou uma série de dificuldades, sendo a FGV descrita como uma instituição rigorosa, mas com uma metodologia que não atendeu às expectativas.
"Tivemos dificuldades imensas, principalmente em relação à análise curricular. Alguns candidatos, como eu, viram suas notas zeradas sem justificativas plausíveis, enquanto outros receberam notas irregulares, superiores ao que mereciam. Isso distorceu totalmente o processo", explicou o denunciante.
Além disso, ele contou que, após não receber retorno em relação aos erros cometidos na plataforma, entrou com recurso junto à FGV, mas ainda aguarda uma resposta satisfatória. Segundo o estudante, a análise curricular tem um peso significativo no resultado final, o que torna essas falhas ainda mais graves, pois, em muitos casos, essa etapa é decisiva para o desempate entre os candidatos.
Outro ponto levantado por ele é a agilidade do processo de recursos, que, segundo o novo cronograma divulgado pela FGV, permite apenas quatro dias para que os estudantes possam contestar os erros.
"O período de recursos é muito curto, considerando que estamos tratando de mais de 80 mil candidatos com suas respectivas documentações e justificativas. Não sei se conseguirão corrigir tudo a tempo", disse.
A FGV e a EBSERH estão cientes das denúncias. Em nota oficial, a EBSERH informou que tomou conhecimento dos questionamentos e notificou a FGV para tomar providências. A FGV, por sua vez, anunciou que irá revisar as análises e adotar as medidas necessárias, sem prejudicar o período de recursos.
Mobilizações
O caso gerou uma série de mobilizações por parte dos candidatos, especialmente de alunos das áreas de medicina e áreas profissionais, que buscam o apoio jurídico para resolver a situação.
O custo do ENARE, que atingiu R$ 7 milhões, e o número recorde de inscritos, cerca de 100 mil, só aumentaram as expectativas em relação à qualidade e eficiência do processo.
Para os estudantes prejudicados, a expectativa é de que as falhas sejam corrigidas de forma justa e transparente.
Com o prazo para recursos se encerrando em 10 de janeiro, os candidatos seguem atentos, aguardando uma resolução que traga justiça ao processo seletivo e que respeite o esforço e dedicação de todos os envolvidos.