Operação Kairos: Anabolizantes caseiros tinham remédio contra sarna e piolho na fórmula
Agentes cumpriram todos os 15 mandados de prisão, e houve 1 prisão em flagrante
Os anabolizantes clandestinos alvo da Operação Kairos, deflagrada nesta terça-feira (14) pela Polícia Civil do RJ e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), continham em sua fórmula não só repelentes de insetos, mas também substâncias usadas contra sarna e piolho.
“Havia a presença de benzoato de metila, utilizados em tratamento de sarna e infestação de piolhos, gerando risco à integridade física dos consumidores”, afirmou Pedro Simão, promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).
Agentes cumpriram todos os 15 mandados de prisão, e houve 1 prisão em flagrante. Um dos procurados estava em um cruzeiro e foi capturado pela PF.
“Eles costumavam se referir à produção do anabolizante como ‘cozinhar o suco’, com toda a aparência de um laboratório concebido legalmente”, afirmou o delegado Luiz Henrique Marques, titular da 76ª DP (Centro de Niterói).
A quadrilha comercializava os produtos em 26 estados, segundo a delegada Iasminy Vergetti, adjunta da mesma delegacia. Entre as marcas — que não têm registro na Anvisa — estão a Next, Thunder Group, Venon, Pharma Bulls, Supreme, Kraft, Phenix e Blank.
Em 6 meses, a 76ª DP identificou uma movimentação de R$ 82 milhões com o negócio, anunciado em plataformas on-line e nas redes sociais.
“Vamos verificar os ativos e sua circulação, mas também há muitos influenciadores do fisiculturismo e atletismo que divulgam essas marcas”, disse a delegada. “Essa marca patrocina alguns dos principais eventos de fisiculturismo do Brasil”, afirmou Iasminy.