Política

”Quem precisa ser monitorado são os bandidos, não os policiais”, critica Fabio Costa

Deputado Fabio Costa aponta contradição em anúncio milionário do governo Paulo Dantas sobre câmeras corporais enquanto nega reajuste salarial e estrutura adequada à polícia

Por Assessoria 13/03/2025 08h08
”Quem precisa ser monitorado são os bandidos, não os policiais”, critica Fabio Costa
Deputado Fábio Costa - Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O anúncio do governo de Alagoas sobre a compra de câmeras corporais para os policiais militares gerou reações imediatas. Entre as mais duras, está a do Deputado Federal Delegado Fabio Costa, que classificou a medida como um contrassenso diante da falta de investimentos reais na segurança pública.

“O governador Paulo Dantas alega que não tem dinheiro para pagar salários dignos ou oferecer estrutura adequada aos policiais, mas anunciou um gasto de R$ 12 milhões para monitorá-los. Enquanto os agentes arriscam suas vidas enfrentando criminosos, o governo toma essa decisão do conforto do seu gabinete. Se câmeras são tão importantes, que tal o próprio governador e seus secretários começarem a usá-las?”, criticou o parlamentar.

A decisão do governo estadual de implementar o equipamento ocorre enquanto policiais cobram há meses a reposição salarial prometida e enfrentam dificuldades com viaturas defasadas, efetivo reduzido e falta de equipamentos adequados para o combate ao crime. Segundo Fabio Costa, o problema não é o uso da tecnologia, mas a inversão de prioridades.

“O governo não tem recursos para garantir condições dignas de trabalho, mas tem para vigiar a própria tropa. Isso deixa claro que a preocupação não é com a segurança da população, mas com o controle dos policiais”, afirmou.

A implantação de câmeras corporais já foi adotada em outros estados, como São Paulo, mas, para Costa, a realidade de Alagoas exige primeiro investimentos estruturais antes de medidas desse tipo. “Câmeras podem ser úteis em um cenário onde o policial é valorizado e tem respaldo para trabalhar. O que vemos aqui é um governo que ignora as reivindicações da tropa e, ao invés de protegê-la, opta por vigiá-la”, completou.