Lula nega erro em alta do IOF e diz que Haddad agiu 'no afã de dar uma resposta' rápida à sociedade
Presidente vai se reunir com auxiliares e lideranças para chegar a um acordo sobre compensação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que não houve erro por parte da equipe econômica no anúncio da alta do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). O governo foi forçado a recuar após reação negativa do mercado e do Congresso e busca alternativas para obter a receita necessária para fechar as contas neste ano.
— O (Fernando) Haddad (ministro da Fazenda), no afã de dar uma resposta logo à sociedade, apresentou uma proposta que ele elaborou na Fazenda. Se houve uma reação de que há outra possibilidade, nós estamos discutindo essa possibilidade — disse Lula.
Lula lembrou que costuma apresentar medidas antes ao Congresso, o que não ocorreu neste caso:
— A Fazenda trabalhou, e era uma sexta-feira, e fez o anúncio. Eu já não estava mais aqui, poderia ter feito uma discussão. Era uma sexta-feira e a gente queria anunciar rápido isso, para dar tranquilidade à sociedade brasileira.
O presidente afirmou que a apresentação do IOF era o que Haddad tinha pensado naquele instante.
— Eu não acho que tenha sido erro não. Eu acho que foi um momento político. Em nenhum momento, o companheiro Haddad teve qualquer problema de discutir o assunto. A apresentação do IOF era o que eles tinham pensado naquele instante. Se aparece alguém com uma ideia melhor e topa discutir, vamos discutir — disse o presidente.
Lula vai se reunir com auxiliares e a cúpula do Congresso nesta terça-feira para saber se há "acordo'" sobre as compensações ao IOF, com o qual inicialmente se esperava uma arrecadação de R$ 19 bilhões.
— Estamos discutindo essas outras possibilidades. Não é segredo para ninguém que às 13h vai ter um almoço na minha casa para saber se o acordo está feito ou não para anunciar a compensação que o Brasil precisa ter para colocar as contas fiscais em ordem — disse Lula.
O decreto do IOF prevê aumento do imposto para diversas operações, como tomada de crédito, compra de moeda e remessas ao exterior.
— Se aparece alguém com ideia melhor, vamos discutir. Essa discussão que acho que temos que fazer, porque nós precisamos dar o voto e crédito aos nossos líderes. Ninguém pode ser líder do governo e o governo mandar alguma coisa para lá sem conversar com eles. É uma prática política que temos que aprender. Todas as vezes que tomamos atitude sem conversar com as pessoas, podemos cometer erros — acrescentou Lula.
O presidente disse acreditar que o Banco Central vai começar a baixar em breve a taxa de juros, hoje em 14,75%, e que confia na idoneidade de Gabriel Galípolo, presidente da autoridade monetária. Atualmente, a Selic está no maior patamar desde 2006, no primeiro governo Lula.
Negociações
De acordo com o ministro da Fazenda, um pacote que foi negociado em reuniões com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), será apresentado a Lula nesta terça. À noite, o presidente embarca para Paris.
Em sua fala inicial, Lula listou programas que já foram implementados, outros que serão apresentados em breve e disse que as concessões de estradas vão prever um "programa de atendimento" aos caminhoneiros, segmento que demonstrou alinhamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro na última eleição.
— Em todas as concessões de estradas neste país haverá lugar para caminhoneiros descansarem e dormirem com segurança. Vai ter um programa de atendimento dos motoristas do Agora tem Especialistas nesses estacionamentos — disse o presidente, fazendo referência ao programa do Ministério da Saúde.
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