Economia

Pesquisa revela queda na intenção de compras no Dia dos Pais em Maceió

Serão R$ 17,5 milhões investidos em presentes e R$ 12,8 milhões em comemorações

Por 7Segundos, com Assessoria 31/07/2025 15h03 - Atualizado em 31/07/2025 15h03
Pesquisa revela queda na intenção de compras no Dia dos Pais em Maceió
Centro de Maceió - Foto: Ascom Fecomercio

O ditado popular brinca que Dia das Mães é de presentão e Dia dos Pais é de lembrancinha e, ao que tudo indica, a estatística confirma essa percepção, pelo menos na capital alagoana. É que a Pesquisa de Intenção de Compras para o Dia dos Pais, realizada pelo Instituto Fecomércio AL, apresenta queda na projeção do volume financeiro que a data deve injetar este ano: serão R$ 30,3 milhões; uma redução de 25,5% em seis anos, já que em 2019 o valor estimado foi de R$ 40,7 milhões; e de 8,7% comparada às pesquisas de 2021 e 2022 (último ano que o levantamento foi feito).

Realizada nos dias 26 e 27 de julho, a pesquisa aponta que 64% dos consumidores pretendem presentear no segundo domingo de agosto. O tíquete médio para a compra destes presentes será de R$ 108,46; uma queda de 23,35% frente aos R$ 141,51 projetados em 2022. Em relação às comemorações, o tíquete médio estimado será de R$ 95,65 – redução de 32,89% frente aos R$ 142,53 de 2022. Neste contexto, o Dia dos Pais movimentará R$ 17,5 milhões em presentes e R$ 12,8 milhões em comemorações.

Para o Instituto, essa retração está associada a fatores econômicos e comportamentais, entre os quais se destaca, de forma indireta, o impacto do período de entressafra da cana-de-açúcar em Alagoas, que ocorre entre maio e setembro. Isto porque o setor sucroalcooleiro é o principal gerador de empregos temporários e de renda em diversas regiões do estado e o intervalo de sua atividade gera menor circulação de recursos, principalmente no interior.

Embora Maceió concentre boa parte do comércio formal, o enfraquecimento da demanda em municípios do interior afeta indiretamente a capital, contribuindo para o desaquecimento das vendas nesse período, o qual se insere o Dia dos Pais. Além disso, o alto nível de endividamento das famílias, a inflação persistente e a consequente queda do poder de compra têm levado os consumidores a priorizar gastos essenciais e a reduzir o consumo em datas sazonais.

Outro ponto que influencia a queda no volume a ser injetado pela data é cultural: os presentes tradicionalmente ofertados no Dia dos Pais, como roupas, calçados e acessórios, possuem, em geral, menor valor agregado quando comparados aos presentes do Dia das Mães, que costumam envolver itens de maior custo, a exemplo dos eletrodomésticos, eletrônicos ou produtos de beleza. Observa-se, também, uma mudança de comportamento do consumidor, com aumento na valorização de gestos simbólicos e celebrações em casa, contribuindo para a redução dos tíquetes médios tanto nas compras quanto nos gastos com restaurantes e serviços.

Preferências dos consumidores


Segundo a pesquisa do Instituto Fecomércio, dos 36% dos entrevistados que não pretendem presentear, 66,3% não têm a quem dar; 15,47% não costumam dar presentes; 9,39% comemoram de outra forma; 4,42% estão endividados; 2,76% ficaram mais cautelosos; e 1,66% estão desempregados.

Já entre os que pretendem comprar para a data (64%), 75,16% irão adquirir um presente; 20,5% comprarão dois; e 4% gastarão com três. Em relação aos valores, 22,88% investirão entre R$ 51 e R$ 100; 29,15% pagarão de R$ 101 a R$ 150; e 20,38% desembolsarão de R$ 151 a R$ 200.

Com 52,6% da preferência, os itens de vestuário serão os mais procurados, mas com perfumes (16,16%), calçados (10,96%), relógio e/ou pulseiras (7,12%), carteiras e cintos (5,75%), eletrônicos como televisores, tablets e videogames (2,19%) e livros (0,55%), entre outros, estarão na lista dos presentes. O pagamento via cartão de crédito será a escolha da maioria dos consumidores, sendo 29,94% parcelado; 23,45% no débito e 9,32% no rotativo. Pix (29,38%) e dinheiro (7,63%) também serão utilizados.

Os shoppings (42,74%) e o centro (37,04%) serão os locais mais procurados, seguidos pelo e-commerce (13,68%) e lojas de bairro e galerias (5,98%). A qualidade dos produtos (33,88%), promoções (23,63%) e os preços (21,79%) serão os principais motivos que os consumidores levarão em conta para entrar numa loja.

Em relação às comemorações, a maioria buscará os ambientes familiares, como a casa dos pais (35,64%), em casa (29,09%), casa de parentes (2,91%) e casa de amigos (1,09%). Para quem pretende sair para celebrar, os restaurantes (23,64%), clubes e praias (4,36%), shoppings (1,82%) e viagem (1,45%).