Um ônibus da Viação Veleiro pegou fogo na manhã desta sexta-feira (22) em Rio Largo, na Região Metropolitana de Maceió, e reacendeu a indignação da população contra o serviço de transporte prestado pela empresa. Imagens gravadas por moradores e passageiros circularam nas redes sociais e mostram o veículo em chamas, gerando pânico e revolta.

De acordo com testemunhas, o incêndio começou enquanto o coletivo estava em circulação. Passageiros conseguiram sair a tempo e não houve registro de feridos, mas o caso aumentou a sensação de insegurança de quem depende do transporte público na cidade.

A situação reacende denúncias antigas contra a Veleiro. Em 2021, o Ministério Público de Alagoas já havia ajuizado ação contra a empresa, apontando que a frota em circulação era insuficiente e que os veículos apresentavam condições degradantes de funcionamento. Na época, a Justiça determinou que a empresa ampliasse de 45 para 65 o número de ônibus em operação, medida que até hoje não se reflete em melhorias concretas para quem depende do transporte.

Além da frota reduzida, os usuários convivem diariamente com atrasos, veículos lotados, sucateados e sem manutenção adequada. Para muitos moradores, andar de ônibus da Veleiro em Rio Largo virou sinônimo de risco.

“O que a gente sente é medo. Não sabemos se vamos chegar ao destino ou se o ônibus vai parar no meio do caminho, pegar fogo ou quebrar. Isso não é transporte digno, é um desrespeito”, desabafou uma passageira que registrou nas redes sociais o incidente desta sexta-feira.

Além da empresa, a Agência Reguladora de Serviços de Alagoas (Arsal), responsável pela fiscalização do transporte intermunicipal, também é alvo de críticas. Moradores cobram mais rigor na fiscalização e punições diante dos episódios recorrentes de falhas graves.

Enquanto a solução não chega, os ônibus da Veleiro continuam circulando em Rio Largo como verdadeiras bombas-relógio sobre rodas, e a população segue exposta a um transporte precário, caro e, principalmente, perigoso.