Frente a serial killer, jovem relata sequelas dos tiros e mostra bolsa de colostomia
Em aparente nova estratégia, Albino negou participação no crime, bem como outros 17 homicidios atribuídos a ele
Albino Santos de Lima, o serial killer de Maceió, enfrenta seu quarto julgamento nesta quinta-feira (4) e, desta vez, pela tentativa de assassinato de Alan Vitor dos Santos Soares, hoje com 21 anos. Durante a audiência, vítima e acusado ficaram frente a frente durante os depoimentos. Em aparente nova estratégia, Albino negou participação no crime, bem como outros 17 homicidios atribuídos a ele.
O julgamento teve início com a própria vítima, que sobreviveu ao ataque, falando para o júri. Alan, que ficou 30 dias em coma após ser baleado por Albino, revelou que até hoje sofre com as sequelas, como a necessidade constante de medicamentos, o uso de uma bolsa de colostomia, além de ter ficado com uma bala alojada. Alan trabalhava como barbeiro, e disse que em razão do ataque sofrido ficou com o dedo de uma das mãos com sequelas, e que isso prejudicou seu trabalho.
A irmã da vítima, Laura Nicole, também testemunhou contra Albino. Bastante emocionada, ela fala que até hoje não entende o motivo do irmão ter sido “escolhido” pelo serial killer, já que Alan sempre foi um rapaz do bem, e não tinha qualquer envolvimento com drogas ou atividades ilícitas. Laura também revelou que, após o ataque, seu irmão desenvolveu um quadro de epilepsia, o que também contribuiu para prejudicar o seu desempenho no trabalho.
Relato do crime
Laura contou, em detalhes, como o crime ocorreu. Ela disse que o irmão estava retornando do trabalho, indo para a casa da avó, quando notou que estava sendo seguido. Em seguida, ele foi surpreendido por quatros disparos, tendo um atingido a nuca, dois no pulmão e um de raspão em uma das orelhas. Apesar dos graves ferimentos, Alan conseguiu sobreviver após um longo período de internação, e cerca de 30 dias em coma.
Um dos pontos que chamou atenção foi a revelação de que Albino seguia a vítima nas redes sociais. Uma outra testemunha de acusação, Wesley Michael Alves dos Santos, amigo próximo de Alan, revelou que no dia do crime, Alan fez uma live cortando cabelo e que o Albino estava assistindo a live.
Em dado momento, Wesley falou que não tinha conseguido dormir na noite anterior ao júri, pois sabia que ficaria frente a frente com o homem que tentou matar seu amigo. Olhando diretamente para o réu, ele falou que se Albino quiser matar ele um dia (por ele estar ali testemunhando contra ele), poderia matar. Mas que ele sempre defenderá os amigos dele, sem medo.
Serial Killer nega acusações

Albino começou sua fala negando que tenha tido qualquer participação na tentativa de homicídio contra Alan. Ele disse que o perfil do instagram que estariam atribuindo a ele não é seu, e negou que o acompanhava nas redes sociais.
Durante sua fala o réu entrou em clara contradição, uma vez que, em depoimento anterior, ele já havia confessado o crime do qual está sendo julgado nesta quinta-feira (4). Diante do júri, Albino negou, não apenas a tentativa de homicídio contra Alan, mas também outros 17 homicídios, que também já haviam sido confessados por ele. O serial killer, em uma tentativa de convencer o júri de que seria inocente, chegou a desmerecer uma das principais provas contra ele, o exame de balística feito pela perícia. O exame de balística confirmou que os tiros dados contra as vítimas foram, sem sombra de dúvidas, disparados pela arma que pertence ao réu.
Questionado pelo promotor Antônio Villas Boas o motivo dele estar, agora, mudando sua versão sobre os fatos, Albino chegou a dizer que teria admitido os crimes, no dia de sua prisão, porque naquela noite não havia tomado seus medicamentos e nem dormido por causa de mosquitos. Ele disse, ainda que também estava muito cansado naquele disse e que teria feito isso para que pudesse ser liberado com mais agilidade e ir para casa.
E o arcanjo Miguel?
Uma das declarações mais polêmicas, feitas pela defesa de Albino em julgamento anteriores, foi de que o arcanjo Miguel teria sido o autor intelectual dos seus crimes, tendo ele sido possúído pela figura religiosa no momento em que as vítimas foram perseguidas e mortas.
Diante da nova estratégia de Alabino, de, agora, negar praticamente todos os crimes, o promotor o questionou se não teria sido o arcanjo Miguel que o teria mandado matar Alan. Em resposta, o réu afirmou que não, pois ele não tinha tido nenhuma participação no crime.
O serial killer de Maceió declarou que, no dia em que Alan foi baleado, ele estaria em casa junto com seus irmãos e seus pais. Villas Boas indagou a razão de nenhuma dessas pessoas terem comparecido a nenhum julgamento para confirmar esse álibe, ao que Albino acabou ficando calado.
O júri segue em andamento, com os debates entre a promotoria e a defesa do acusado.
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