Justiça

Gaspar cobra CGU por atraso em suspender entidades ligadas a fraudes no INSS, incluindo grupo do irmão de Lula

O parlamentar também destacou a gravidade histórica da omissão do Estado diante do esquema bilionário de descontos ilegais, reforçando que os problemas já haviam sido constatados pela CGU há quase uma década

Por 7Segundos com assessoria 03/10/2025 17h05 - Atualizado em 03/10/2025 17h05
Gaspar cobra CGU por atraso em suspender entidades ligadas a fraudes no INSS, incluindo grupo do irmão de Lula
Alfredo Gaspar, deputado federal por Alagoas - Foto: Assessoria

O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar, segue em busca de respostas sobre o maior roubo contra a Previdência brasileira já registrado na história do Brasil. Durante a oitiva que aconteceu na última quinta-feira (02), o parlamentar dirigiu duros questionamentos ao ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques, sobre a condução das apurações envolvendo entidades suspeitas de envolvimento em fraudes contra aposentados e pensionistas.

Alfredo Gaspar cobrou explicações para o fato de associações apontadas pela própria CGU como de “alta criticidade” terem ficado de fora das medidas de suspensão, apesar de reiteradas recomendações anteriores. “Em 17 de julho de 2024, foi oficiado ao presidente do INSS para que fossem suspensas as seguintes associações. O INSS não moveu uma palha, e a CGU também em relação a isso. Quase um ano depois, mandaram suspender 12 associações. Por quê? Se a CGU pediu essa suspensão cautelar, ou seja, reconhecendo isso em julho de 2024, um ano depois deixaram de fora o SINDNAPI e a CONAFER. O Sindnapi que tem como vice-presidente o irmão do presidente da República. Esse rapaz tem alguma coisa a ver? Quem vai dizer isso são as investigações. Mas não é justo a CGU ter identificado um ano antes a necessidade de suspensão e depois esquecer justamente dessas duas associações”, afirmou.

O parlamentar também destacou a gravidade histórica da omissão do Estado diante do esquema bilionário de descontos ilegais, reforçando que os problemas já haviam sido constatados pela CGU há quase uma década. “Aqui tem muita gente brigando: ‘Ah, foi governo tal, foi governo tal’. Eu acho que o senhor, como ministro-chefe da CGU, tinha que ter a responsabilidade de esclarecer ao povo brasileiro que, desde 2016, pelo relatório da CGU, foi constatada a safadeza. E foi constatada desde 2016, sabe por quê? Porque não foi feita nenhuma pesquisa antes de 16. A CGU identificou roubo a aposentado e pensionista por descontos associativos, mas ninguém fiscalizou nada. Era uma bagunça, e o povo sendo roubado”, disse.

O relator Alfredo Gaspar finalizou destacando que a CPMI não permitirá blindagens nem seletividade nas investigações e que o compromisso é com a verdade e com a reparação às vítimas do esquema. “Não tenho bandido de estimação. Quem cometeu esse crime grave contra aposentados e pensionistas serão identificados e pagaram por esse roubo bilionário”.