Justiça

Defesa de acusado de matar a sogra alega “frenesi de sobrevivência” e culpa menor

Ação teria sido motivada por medo, segundo defesa

Por 7Segundos 20/10/2025 15h03 - Atualizado em 20/10/2025 16h04
Defesa de acusado de matar a sogra alega “frenesi de sobrevivência” e culpa menor
Leandro Araújo no Fórum da Capital durante julgamento pelo assassinato da sogra - Foto: Claudemir Mota / ASCOM MP

Durante o julgamento de Leandro dos Santos Araújo, acusado de assassinar a própria sogra e esconder o corpo dentro de uma geladeira, a defesa do réu apresentou uma nova versão dos fato, alegando que o crime teria sido resultado de um momento de “frenesi pela sobrevivência”.

Segundo o advogado de defesa, o episódio começou após uma discussão entre o réu e a vítima, Flávia dos Santos Carneiros, durante o carnaval, em um bar. Após o desentendimento, Leandro afirmou que tentou encerrar a briga, aproximando-se da sogra para dar um beijo na testa, gesto que foi rejeitado, e ela teria respondido com uma atitude agressiva, fechando a porta e afirmando que “iam conversar”.

O advogado afirmou que, naquele momento, a situação fugiu ao controle, e o réu agiu “no automático”, sem plena consciência dos seus atos. Conforme a versão da defesa, Flávia teria dado o primeiro golpe no cotovelo de Leandro e depois outro no pé, antes que ele aplicasse uma gravata na vítima. Ele explica que, ao aplicar o golpe, a faca teria voado, contradizendo a ideia de uma ação premeditada.

“Leandro amava a Flávia, e ela também o amava, mas naquele momento ela portava um instrumento perfurocortante”, afirmou o advogado. Além disso, ele alegou que a filha da vítima, Milena, uma menor de idade, teria influenciado diretamente os acontecimentos, ordenando que o réu cometesse o crime e instruindo-o a esconder o corpo na geladeira.

Segundo a defesa, Leandro não teria tomado essas decisões por conta própria, mas agido sob a pressão e orientação da adolescente. O advogado destacou ainda que o réu nunca havia cometido qualquer outro crime e que atualmente sofre com pesadelos e utiliza medicação para dormir.

“Ao longo da vida, ele sempre foi uma pessoa ilibada. Agora, ele está sofrendo e assombrado pelas imagens do ocorrido. Nunca mais conseguiu dormir direito e precisa de remédio para se acalmar”, afirmou o defensor.

O júri do caso segue em andamento, com a promotoria contestando fortemente essa versão e reafirmando a tese de crime premeditado.