Esquerda x direita: clima esquenta no DF em debate sobre mortes no RJ
Megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha (RJ), que já deixou mais de 100 mortos, foi tema da sessão Plenária desta quarta-feira (29)
Durante a sessão Plenária desta quarta-feira (29/10) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), alguns deputados se posicionaram contrários, e outros a favor, da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que teve início na terça-feira (28/10).
A ação, que deixou ao menos 119 mortos, segundo o governo do Rio, já é considerada a mais letal da história do estado. Segundo a Secretária de Segurança Pública, entre os mortos estão quatro policiais – dois civis e dois militares.
Primeiro a discursar na sessão, o distrital Fábio Felix (PSol) criticou a decisão do governo do Rio e disse que civis que seguiam suas vidas foram assassinados no que ele descreveu como “chacina”.
“Não se combate o crime atirando em todo mundo na rua como eles estão fazendo. Tinha adolescente voltando do programa Jovem Aprendiz, tinha pai de família andando na rua. Fica a pergunta: quantos chefes do comando vermelho eles prenderam nessa operação com mais de 100 mortos? O nome disso é chacina”, pontuou Felix.
Durante o discurso, Fábio concedeu ao colega de partido, o deputado Max Maciel (PSol), direito a fala. “Aproveitando sua indignação, Fábio, queria falar que, obviamente, ninguém que mora em uma comunidade do Brasil tomada pelo crime organizado quer que continue assim”
“O governo do Rio de Janeiro recebeu do Fundo Nacional de Segurança Pública, de 2019 para cá, R$ 174 milhões, mas optou por não usar. O governador podia ter investido o valor em segurança pública, mas não o fez. Eles [governantes] só querem subir para trocar tiros. Para eles, todos que morreram são bandidos, e se aparecer um inocente vão chamar de efeito colateral. O Rio de Janeiro tinha dinheiro, mas não investiu”, pontuou Max.
Com a palavra, o deputado Daniel de Castro (PP), um dos poucos parlamentares da base presentes no Plenário, disse que se solidariza com os policiais mortos durante a operação e aproveitou para atacar os deputados da oposição.
“Me surpreendo a cada dia com essa esquerda que tem coragem de vir aqui falar esse tipo de discurso. Ontem o mundo testemunhou a violência que se instalou nas áreas dominadas pelo crime organizado no Rio de Janeiro e viram que os policias que arriscaram suas próprias vidas para defender a sociedade foram atacados por drones, que lançavam bombas, em um verdadeiro cenário de guerra”, disse.
Concordando com Daniel de Castro, o presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), declarou que o combate ao crime organizado é importante para não permitir que o problema chegue à capital do Brasil.
“O crime organizado tem que ser combatido para não chegar aqui [no Distrito Federal]. O crime organizado sempre tentou entrar no DF, mas não conseguiu pela grandeza da nossa polícia. Então, o nosso governador e vice-governadora acertaram, sim, ao colocar a inteligência da nossa polícia à disposição para o combate ao crime”, declarou Wellington Luiz.
“Operação desastrosa”
Contrário a como se deu a megaoperação no Rio, Gabriel Magno (PT) descreveu a atuação do governo do estado como “desastrosa e criminosa”: “O governador, como bem dito aqui, é um canalha, um canalha que coloca a vida da população do Rio de Janeiro em risco e quer fazer disputa política em cima de caixão”.
Chico Vigilante (PT) também criticou a maneira coma a intervenção policial no Rio de Janeiro ocorreu e disse que a megaoperação marcou o dia 28 de outubro como a pior terça-feira da história do Brasil.
“Bandido tem que ser combatido. Preso e entregue à Justiça. O que aconteceu ali foi um extermínio. […] É muito importante que a sociedade atente para o que aconteceu naquele estado. Ninguém tem que defender bandido, mas tem que puni-los conforme a lei. Não pode ser a polícia quem extermina o ser humano”, disse Chico.
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