Reeducandos aproveitam a chuva para intensificar trabalhos na horta
Serviços desenvolvidos com a terra propiciam futuro melhor para os custodiados; alimentos colhidos são destinados à população carcerária

Para os custodiados que trabalham na Horta do Complexo Penitenciário, as chuvas que atingiram Maceió nas últimas semanas representam mais cultivo e colheita. O projeto da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) estimula a produção e desenvolve as potencialidades profissionais dos reeducandos no campo e consciência ambiental.
Atualmente, nos nove hectares da horta são produzidos 46 tipos de hortaliças diferentes, entre legumes, verduras, raízes e frutas. Os produtos colhidos são orgânicos e, após serem distribuídos nos presídios, são destinados para alimentação da população carcerária. Ao todo, 24 internos recebem instruções e orientações de servidores penitenciários para fazer a manutenção da horta.
Os custodiados trabalham de segunda a sexta-feira, sob a supervisão do coordenador João Batista. "Nesta gestão, ampliamos significativamente a área da horta. Graças aos bons resultados, o projeto foi ampliado e hoje contamos também com um tanque para a criação de peixes. Esse crescimento possibilita a inclusão de mais apenados neste projeto", explica o servidor Batista.
O coordenador comenta os benefícios para aqueles que trabalham diariamente com a terra. "Na horta eles são tratados com respeito. Aqueles que desejam realmente mudar de vida recebem o apoio necessário aqui. De todos os custodiados que trabalharam comigo, não tenho conhecimento de nenhum caso de retorno ao sistema prisional em razão de um novo crime", disse.
Gustavo José dos Santos é um dos trabalhadores da horta. Ele ressalta a transformação na sua vida. "Antes de entrar no sistema prisional eu era pintor. Mas aqui tive a oportunidade de participar de cursos, como o de Cultivo de Ervas Medicinais e Olericultura, e aprender um novo ofício. A partir desse contato com a terra me tornei uma pessoa melhor e nos colegas de trabalho tenho uma extensão da minha família".
Além de servir como atividade terapêutica, o trabalho na horta garante a remição da pena (um dia de pena reduzido após três dias de trabalho), a garantia de uma fonte de renda (remuneração de um salário mínimo vigente, proporcional às horas trabalhadas) e a profissionalização do interno para o mercado de trabalho após o cumprimento da pena.
Aumento na produção - O cultivo e a colheita de alimentos crescem a cada ano. Em 2015 foram produzidas cerca de 30 toneladas de mantimentos agrícolas colhidos no Complexo Penitenciário. Já em 2016, mais de 43 toneladas de alimentos foram colhidos na horta. Em 2017, a produção rendeu mais de 30 toneladas de mantimentos agrícolas e cerca de 300 quilos de peixe tilápia.
Papel social - Os produtos excedentes da horta são doados para instituições sem fins lucrativas, como a Associação Espírita Nosso Lar, Casa de Ranquines, Instituição Irmã Iara, Lar Santo Antônio de Pádua, Casa do Pobre Nossa Senhora de Fátima, dentre outras.
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