Peixes-boi são soltos em rio de Porto de Pedras
Ação ocorreu em Tatuamunha
Luiz Gonzaga, Tupã e Telinha esses três peixes-boi foram soltos no Rio Tatuamunha, no município de Porto de Pedras, na região Norte de Alagoas. Os mamíferos foram reintroduzidos na natureza na última quarta-feira (23) na cidade litorânea.
A soltura é uma das estratégias mais importantes para conservação de uma das espécies de mamífero aquático mais ameaçada de extinção do Brasil. A atividade faz parte das ações do Programa Peixe-boi Marinho executado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, com parceria da Fundação SOS Mata Atlântica e Fundação Toyota do Brasil.
O município de Porto de Pedras é atualmente o único local de soltura de peixe-boi em atividade no Brasil. Os animais estavam sendo monitorados no Santuário do Peixe-Boi. Eles estavam passando por um processo de readaptação às condições do habitat natural.
O chefe do ICMBio da Costa dos Corais, Iran Normande, fez parte da ação junto com biólogos. Luiz Gonzaga, Tupã e Telinha viveram no Santuário do Peixe-Boi, onde receberam todo o tratamento necessário para então serem reintroduzidos ao seu habitat natural e agora vivem no Rio Tatuamunha.
Saiba mais sobre os três peixes que foram soltos:
Luiz Gonzaga
Macho jovem com 6 anos e 6 meses de idade, nasceu em cativeiro, filho de Xuxa e com pai desconhecido. Foi transferido do CEPENE/Itamaracá em setembro de 2017 e desde então encontra-se no recinto de aclimatação no rio Tatuamunha. A mais de um mês LG vem sendo alimentado apenas com item natural (capim-canela) e monitorado diariamente para avaliação de seu comportamento alimentar. No início de dezembro/18 foi colocado o cinto para adaptação e isolamento dos outros peixes-bois que não serão soltos. Atualmente LG encontra-se com cerca de 400kg e 2.91 metros de comprimento, e será liberado com transmissor satelital e via rádio VHF para monitoramento pós soltura, desta forma podemos avaliar a adaptação do animal ao ambiente natural
Telinha
Encalhou ainda filhote no município de Areia Branca/RN no dia 15 de outubro de 2007. No dia seguinte o animal foi transferido para a base avançada do CEPENE/ICMBio onde permaneceu até abril de 2011 quando foi transferida para Porto de Pedras. Após período de adaptação a condições ambientais no rio Tatuamunha, foi liberada em 10 de março de 2012 munida de equipamento de rádio telemetria. Telinha já foi recapturada outras vezes sempre com problemas clínicos e é um animal que apresenta comportamento de dependência ao rio, pouco explorando áreas marinhas. Em 2017 apresentou comportamento estranho e foi mais uma vez colocada em observação clínica. Telinha será devolvida ao ambiente natural com equipamento de marcação por rádio VHF; atualmente está com 275kg e 2.50 metros de comprimento.
Tupã
Animal encalhou recém-nascido na praia de Sucatinga no Ceará em janeiro de 2005, foi resgatado e transferido para o CEPENE/ICMBio no mesmo mês. Permaneceu em reabilitação até transferência para Porto de Pedras em abril de 2011. Foi reintroduzido em março de 2012, sendo monitorado por telemetria. A muito tempo a equipe não tinha notícias de Tupã, até que em setembro de 2017 foi avistado no Porto do Suape (PE). Em 05 de outubro um morador local avisou que o animal estava com um ferimento na cabeça. As equipes se mobilizaram e no dia 11/10 Tupã foi resgatado e transferido para Porto de Pedras já que estava com um profundo corte na cabeça. Desde então o animal vem recebendo tratamento clínico diário, o ferimento cicatrizou por completo e Tupã está pronto para voltar ao seu ambiente natural.