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Passa de cem número de relatos de agulhadas durante o carnaval no Grande Recife

Até a manhã de quarta (6), eram 25 casos. Diretor de hospital de referência aponta que procura é atípica. Polícia Civil abriu inquérito para investigar casos.

Por G1 PE 07/03/2019 11h11
Passa de cem número de relatos de agulhadas durante o carnaval no Grande Recife
Passa de cem número de relatos de agulhadas durante o carnaval no Grande Recife - Foto: Reprodução

Mais de cem pessoas foram atendidas no Hospital Correia Picanço, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife, após relatarem terem sido agredidas com seringas de agulha durante o carnaval no Grande Recife, até a manhã desta quinta-feira (7), segundo a unidade de saúde. A Polícia Civil de Pernambuco abriu um inquérito para investigar os casos.

“É um movimento atípico, totalmente excepcional. Fugiu muito do que é o nosso padrão de número de atendimentos, principalmente por ser uma época de feriado. Então, leva a crer que aconteceu alguma coisa fora do comum”, explica o diretor médico do hospital, Thiago Ferraz.

O hospital é referência no atendimento de doenças infecto-contagiosas. Segundo Ferraz, até a manhã da quarta-feira (6), eram 25 atendimentos. Nas 24 horas seguinte, o número é, ao menos, quatro vezes maior.

“Após a divulgação das notícias, mais pessoas vieram ao nosso atendimento. Do plantão de ontem [quarta] até as 7h de hoje [quinta], a gente passou para mais de 100 pessoas sendo atendidas com a queixa de que sofreram algum tipo de agulhada furada durante o carnaval”, afirmou Ferraz.

As pessoas chegam com relatos de terem sido furadas, principalmente, nas costas e no braço. “O ferimento é uma lesão puntiforme, é um ponto no braço nas costas. Parece como se tivesse recebido uma vacina ou injeção”, explicou.

Investigação

Além da abertura de inquérito, a Polícia Civil informou que vai enviar um ofício ao Hospital Correia Picanço para identificar as declarações das vítimas que foram buscar atendimento médico na unidade de saúde, para apurar o crime de “exposição ao risco à vida de outrem por transmissão de moléstia grave”.

A corporação também pede que as vítimas que procuraram a unidade de saúde também procurem delegacias para registrarem boletins de ocorrência. Cada caso vai motivar a abertura de inquéritos distintos.

Entenda o caso

Na terça-feira (5), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) havia contabilizado pelo menos dez pessoas que procuraram o Hospital Correia Picanço após sentirem picadas de agulha durante o carnaval. Na quarta (6), o número subiu para 25.

Todos os pacientes foram liberados, segundo a SES. Antes, no entanto, tomaram medicamentos que são ministrados para prevenção ao vírus HIV. Eles também receberam a orientação para voltar à unidade de saúde em 30 dias, prazo necessário para a conclusão desse tratamento.

O diretor do Correio Picanço esclareceu que, apesar da preocupação da população, o risco de infecção por HIV nos casos é baixo. "O risco de transmissão em relação ao HIV para lesões perfuro-cortantes é baixa, menor que 0,5%", afirmou, acrescentando que todos recebem o coquetel.