Ex-presidente da Nissan fugiu do Japão escondido em caixa de instrumento musical
Carlos Ghosn admitiu estar em Beirute, no Líbano
A fuga do ex-presidente da Renault e da Nissan Carlos Ghosn do Japão nas últimas horas ainda é cercada de mistério, mas começam a surgir os primeiros detalhes de como ele teria escapado para o Líbano.
A emissora de TV libanesa MTV afirmou, sem citar fontes, que o executivo de 65 anos saiu escondido em uma caixa desenhada para transportar um instrumento musical.
O grupo que resgatou Carlos Ghosn do apartamento dele em Tóquio teria entrado disfarçado de uma banda que tocaria durante o jantar de Natal.
A suspeita é que ele tenha sido retirado do imóvel no momento em que a falsa banda saiu, despistando o forte esquema de vigilância que havia sido montado pelas autoridades japonesas.
Sem dar detalhes, um amigo de Ghosn, o apresentador de televisão Ricardo Karam, afirmou que a ida dele para o Líbano "é uma grande aventura", segundo o jornal japonês Japan Times.
Ele teria partido de um aeroporto regional em um jato particular com destino a Istambul, na Turquia, com a ajuda de ex-agentes das forças especiais. Na cidade turca, houve uma troca de aeronave, e Ghosn foi levado em outro jatinho, um Bombardier Challenger, em um voo de pouco mais de uma hora até a Beirute.
Salim Jreissati, ministro de Estado libanês para assuntos presidenciais, foi citado pelo jornal local An-Nahar dizendo que Ghosn entrou legalmente no Líbano com um passaporte francês — ele tem cidadanias francesa, libanesa e brasileira — e que nenhuma medida contra ele será tomada.
A fuga cinematográfica teve ajuda da mulher dele, Carole, segundo o jornal britânico The Guardian.
O Líbano não foi uma escolha aleatória, já que o executivo é nascido no Brasil, mas filho de imigrantes libaneses. Ele viveu no país dos 6 aos 16 anos.
O embaixador do Líbano no Japão era um visitante frequente de Ghosn nos 130 dias em que ele esteve preso em Tóquio.
Entretanto, os passaportes foram confiscados quando deixou a cadeia, em abril deste ano, após pagar fiança de cerca de US$ 9 milhões (R$ 36 milhões).
Mesmo solto, Ghosn era monitorado ostensivamente. Um dos advogados dele no Japão, Junichiro Hironaka, afirmou nesta terça-feira (31) estar surpreso com a notícia de que o cliente tenha saído do país.
No Japão, o executivo enfrenta processos que envolviam uso de dinheiro da Nissan para fins pessoais e ocultação de rendimentos.
Ele nega as acusações e diz que foi vítima de integrantes do alto escalão da empresa que não queriam a proximidade maior da montadora japonesa com a Renault, sua principal acionista.
'Escapei da injustiça'
Em um comunicado divulgado à imprensa, Carlos Ghosn, detentor de uma fortuna estimada em US$ 120 milhões (cerca de R$ 480 milhões), admitiu estar no Líbano.
"Agora estou no Líbano e não vou mais ser refém de um sistema judicial japonês fraudulento, onde se presume culpa, a discriminação é galopante e direitos humanos básicos são negados", disse.
"Não fugi da justiça, escapei da injustiça e da perseguição política. Agora posso finalmente me comunicar livremente com a mídia e estou ansioso para começar na próxima semana", concluiu.
Veja também
Últimas notícias
MPAL recebe delegadas de Proteção à Criança e ao Adolescente e apoia reestruturação de delegacia
Atalaia se prepara para uma noite de encanto, luz e emoção no dia 30 de novembro
Motta pressiona, mas PT e PL veem ser necessário adiar o PL Antifacção
Ação + Centro Novo leva dezenas de serviços gratuitos e atendimentos itinerantes à Praça Bom Conselho nesta terça (18)
Estudante de 17 anos morre após passar mal durante atividade física em escola de Palmeira dos Índios
Hackathon para mulheres abre inscrições para soluções de impacto em AL
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
