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Justiça decreta prisão de PMs suspeitos de execução em carro

Corregedoria abre inquérito contra agentes após vídeo mostrar ao menos 15 disparos contra suspeitos em perseguição

Por R7 14/06/2021 09h09
Justiça decreta prisão de PMs suspeitos de execução em carro
PMs são presos após vídeo mostrar disparos em SP - Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça Militar decretou a prisão de dois policiais militares suspeitos de executar dois homens em um veículo na zona sul de São Paulo. A Corregedoria da Polícia instaurou um inquérito policial militar contra os agentes.

Os policiais foram filmados por uma testemunha atirando diversas vezes contra dois suspeitos dentro de um veículo que havia colidida contra um poste, após uma perseguição. "Os caras tá metendo chumbo nos caras", diz uma testemunha na gravação. Durante o patrulhamento, os agentes desconfiaram do veículo, mas o carro não teria parado. A perseguição atingiu ainda o carro de uma mulher que voltava do trabalho.

As imagens divulgadas contradizem a versão dos policiais de que as vítimas teriam sido mortas em confronto. Câmeras de segurança, o laudo da perídica e duas armas com a numeração raspada devem ajudar a esclarecer o caso. Com isso, o Tribunal de Justiçã Militar pediu a prisão preventiva dos dois policiais.

O juiz do TJM afirmou que os fatos são gravíssimos. Os suspeitos foram assassinados com mais de 20 disparos cada, alvejados antes mesmos de saírem do veículo. Na versão dos policiais, não teria havido disparo. No pedido de prisão do TJM, o juiz descreve que cada policial atirou pelo menos 15 vezes, causando 27 perfurações em um suspeito e 23 em outro.

De acordo com o ouvidor das polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes os policiais alegaram que os suspeitos estavam com arma em punho, mas, as imagens mostram a cena. "Uma atitude dessas não corrobora o que prega a Polícia Militar. As imagens são claras e denotam que não existem razões justas para os disparos", disse.

"A boa abordagem é quando o policial leva o bandido para a delegacia. Aos policiais cabe deter e levar à delegacia para o sistema de justiça operar. Na medida que fogem a esse preceito torna-se uma ilegalidade."